sexta-feira, 23 de abril de 2010

para ti e pelo D.

seria uma dor nova se não fosse conhecida. custa-me porque havia toda uma vida para viver. porque havia dias para saborear e outros mais difíceis. uma mão cheia de anos para crescer, para rir e também chorar. custa-me porque o abismo foi maior. custa-me porque o sabia especial ou não te seria tão importante. dói-me porque esse abismo também te tocou, porque, também em ti, a vida está só a começar. uma dor que não me pertence mas trouxe um cinzento novo, igualmente doloroso: atingiu-te a ti. e isto custa. saber que experimentas um vazio destes deixa-me sem saber o que fazer. porque não posso pegar-te ao colo e levar-te para o meio dos tons mais claros. porque não consigo gerir os dias para que os teus nasçam somente luminosos. e queria tanto. hoje especialmente. e então tive vontade que voltasses a ser pequenino e pudesse ir, de mãos dadas contigo, passear ali abaixo, observar as formigas, falar das árvores e das flores enquanto um vento suave te agita os caracóis. hoje não consigo. podia dizer-te muitas coisas. dizer-te que as pessoas que amamos não se perdem. que os olhares, o riso, a magia da cumplicidade é uma extensão da sua vida. mas sei que nada disto, hoje, será importante. sei que nenhuma destas palavras conseguirá libertar o grito que tens aí dentro. nenhuma delas será capaz de atenuar a dor. ainda assim, de mãos vazias, estou aqui.

2 comentários:

Anónimo disse...

Últimas palavras escritas pelo D "Amo-vos a todos e amo o mundo"... É isto que guardo em mim. Obrigado. G

Anónimo disse...

Por n sber cm chegar a ti, aqui te escrevo. A imensidão da tua presença fez de ti unico. Todos os momentos, todos os actos, toda a forma de viver a vida fizeram de ti quem sempre foste. Todos os dias me honro de ter conhecido alguém cm tu. Por tudo o q cntg aprendi. Obrigado, T