quarta-feira, 30 de julho de 2008

Pssssiu! Sim, é para ti.

Não. Não fico chateada. Queria mesmo recordar-te que ando por aqui. Às vezes, é certo, meio distraída, mas acredita que te guardo dentro. Não sintas remorsos de ausências vividas sem querer. Abrir as comportas a sós também faz parte da vida, e todos passamos por isso. De qualquer modo, queria só lembrar-te que, com ou sem álcool, a abrir o meu carro ou outro qualquer, continuarei a ser eu. Euzinha. Com todas as minhas nóias e prometo ultrapassá-las, para assim te deixar os senhores dos carros bons!!! Eheheh! Fiquei espantada com uma coisa: dizes que te levantei com "Há preta e verde!", e, na verdade, depois de te sentir em equilíbrio numa corda, pesou-me a consciência com a minha futilidade!!!! Tão diferentes as formas como às vezes sentimos as coisas. Mas, aceito que te ajudei a limpar o sal. Venham daí mais futilidades!!! Que se lixem os preconceitos e, com eles, - já agora -, os princípios!!! ;) Um brinde àquele dia que não consigo marcar no calendário. Na verdade, nem sei se foi no Centro ou na rua. Só sei que, na época da Carbeta, já o éramos há muito. Lá e no Mini-Grula! - Oh! God!!!. Canções até às tantas. Mímicas. Conversas profundas sobre tudo, porque não somos muito de permanecer indiferentes. Análises. Opiniões. Entusiasmos. O exibir da nossa inatingibilidade! Tudo. (claro! ultrapassados os cheiros, pouco resta...)

Sweet friend


Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
(Ricardo Reis)




Isto é apenas uma pequena parcela do que te desejo. Na verdade, tenho imensas coisas para te dizer, mas temos tempo. Quero acima de tudo que confies em ti. Que continues a olhar à tua volta e a admirar a beleza de cada coisa, de cada pessoa e de cada momento. Não deixes nunca de pensar e sonhar. Aos teus medos, recebe-os, escuta-os e, depois, pede-lhes que sigam caminho. Aprende o que te for ensinado. Absorve esta aventura. Eu estarei aqui para te escrever, ouvir e falar-te. Vê se instalas o Skype!!!! Um xi-coração enorme, com toda a ternura da Nóni.


segunda-feira, 28 de julho de 2008

Ah! Que maravilha!

Olha, e não é que curti a cena do baile?! Setecentista ou oitocentista, tanto faz. O importante mesmo é desfilar com vestidos de sonho, a exibir os longos cabelos, cuidadosamente penteados. Quando disser isto à minha pequenina grande vai estremecer de felicidade, sobretudo com os convidados! A única questão é que está para casar e já tinha definido o vestido ideal. Estou a imaginar os seus olhos a brilhar! Certamente não se importará de adiar a boda. Afinal é por uma boa causa! Nós é que teremos de recorrer a alguns artifícios: venham daí a base e o pó compacto! Ao fim e ao cabo estaremos a concorrer com três beldades e nós, se um dia fomos inatingíveis, hoje somo-lo por razões diferentes. Não interessa... assim como assim os presentes estão mais próximos da nossa faixa etária.... Diz-me, agora, como convenço a pequenina mais terra-a-terra a embarcar nesta fantasia? Eu bem posso falar-lhe no Palácio de Queluz, ou no da Pena, - se bem que Óbidos não me parece nada mal -, mas já estou a imaginá-la a esboçar um sorriso caridoso, fazer-me umas ganas e dizer "Era giro, era. Agora vamos para o Algarve?". E iremos, enquanto eu fico a preencher os detalhes desse baile magnífico e repito, como o teu pequeno ser, "Ah! Que maravilha!"

domingo, 27 de julho de 2008

Reflexões com pano de pó (já não avulsas)

Nestes dias em que me impus as limpezas de verão e até dei um toque de bricolage, - há coisas do caraças (!)-, dou por mim a arrumar-me também por dentro. Opções a tomar. Perspectivas a descobrir. Levantar os ânimos. É tempo de esvaziar-me de alguns sentimentos e reciclar emoções. Tempo de limpar o areal. Tempo de me preparar, acaso as mudanças regressem. Não costumo apreciá-las, mas elas adoram-me. Nem sempre são más, mas convenhamos que as últimas, e mais profundas, não deixaram boas recordações. Por isso, desta vez, quero fazer de conta que estou preparada, ainda que saiba que vou ficar ansiosa, ter medo, achar que é o fim do mundo, chorar, levantar-me e por aí fora. Neste momento, sinto-me assim. Bem, andava eu em limpezas e arrumações, e não pude deixar de me pôr a pensar, - este vício é diabólico -, e toca de visualizar os últimos tempos numa enorme tela branca, que o meu cérebro guarda não sei como. Felizmente, surgiram-me cenas fixes. Os miúdos, todos eles. A 1ª turma! Éramos tão jovens!!! E todos os outros. Que sorte tenho tido. As aulas e as visitas de estudo. Acho que fico sempre mais excitada que eles nestas visitas. As gargalhadas com colegas e outra vez entre alunos. Que sabor a recordação de cada uma das horas a ensinar e a aprender! E, claro, não podia deixar de ser, os amigos. Primeiro, meros colegas de profissão. Depois, malta simpática, com quem se criam empatias. Todos tão diferentes quão importantes. Vejo o rosto de cada um. Hoje são gente que trago comigo, me faz sorrir e me renova a certeza que tive na primeira vez que pousei em terra estranha: o melhor de tudo é conhecer pessoas. E que bom que é quando elas valem mesmo a pena. Cresce o meu álbum e nele entra mais um bébé.

Reflexões avulsas com pano de pó



Entre arrumações, pó (nada de segundas interpretações!) e bricolage, - sim! eu. bricolage! E com sucesso! -, faço algumas paragens e voo até aqui. Actualizo, apago e-mails, revejo fotos. E aqui caiu o meu olhar! Espero que não te importes, mas tinha de a colocar. Acho o máximo esta foto, sobretudo pelo contexto que me impede de parar de rir só de me lembrar!!! Eheheh! Quase tão boa esta foto como os laços que nos unem, nascidos num feliz dia quando só tinhas 3 meses e o teu sorriso já imperava! Que saborosa é a verdade de que os amigos são a família que nos é permitido escolher! (Acho que isto já são saudades.)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Maratona Fotográfica



Não se avalia a velocidade, mas o ponteiro dos Kms disparava! E claro... o papparazi de serviço!! Eheheh! O teu riso ecoa no carro. Olha que ainda perdes a máquina e precisas dela em terras de Vera Cruz! Vais ter tanto para explorar! E ávida como tu és, já te imagino de olhos bem abertos, pensamentos a mil, a querer reter tudo. Nem quero imaginar se te perguntarem uma mera informação... Pronto! És daqui? Que giro! Eu não, mas estou cá!!! E está mais um "conect" feito! E depois, páginas e páginas a contarem-me as novidades! Diverte-te muito e não te esqueças de continuar a sorrir e questionar!

terça-feira, 22 de julho de 2008

A duas vozes


"No meu passeio de duas horas sobre a falésia de mármore procuro não pensar em nada, o que, infelizmente, significa que vou constantemente a combater pensamentos de vária espécie, em particular os da pior espécie, o que me cansa e irrita." "Aproveitar para limpar as armas, antes que a guerra recomece. ...meses de trégua e depois novamente o combate. Mais feroz que nunca... A realidade [até pode ser] pavorosa, [mas é preciso] ter a coragem. Ir buscar forças onde não as tenho. Impedir que o terror das horas futuras me paralise. Adivinhar sentido onde menos se encontra. Substituir o medo pelo que quer que seja. Ou menos que isso: o simples exercício na ocupação do tempo, a indispensável disciplina. [...] A ansiedade é uma corda à volta da garganta. Impede-me os movimentos, prende-me os pensamentos...", e eu não me entrego a este tipo de prisões. É tempo de descansar e reunir forças. Amanhã estarei de pé para receber decisões superiores, não pequeninas que emanam de bichos como tu. Vai-te. Larga-nos os pés, ó verme.

(P. Paixão também contribuiu)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

despertar

ver. encher os olhos e eis que, de repente, a sede desperta. sorrio por dentro. ansiosos, - claro! -, os olhos percorrem cada pormenor à minha volta. rostos. luzes. gestos. casas. janelas. e a acompanhar tudo isto, as vozes. frases atiradas, palavras aparentemente soltas, enquadradas numa conversa qualquer. e os olhos, sempre os olhos, a encherem-me a alma. sinto-me outra vez um viajante curioso. actor da minha própria história. quem sabe até autor. não sei onde me leva este chão. sei apenas que percorro este caminho e, ávida, procuro absorver o que os sentidos me oferecem. ah, doce sede que despertas! como te deixei assim tão adormecida? em que momento me deixei iludir? onde estará a máquina? como guardar os cheiros? e os sons? e, muito mais difícil, como fixar o movimento, a cena, as sensações inerentes? pensamentos atropelam-se na minha cabeça. olho isto e aquilo na vã ilusão de tudo reter. não importa. vi. cheirei. escutei. provei. senti. sou de novo um viajante acordado! isto já ninguém me tira. nem ao sorriso que trago dentro.

domingo, 13 de julho de 2008

Mãos



Apetecia-me estar ainda assim, de mãos dadas contigo. Segura-me. Não vás já. Fazes-me falta. Tu sabes. Ficaram palavras por dizer. Ainda não te olhei todas as vezes possíveis. Ainda não me ensinaste tudo. Vá lá. Faz-me esse favor. Pede lá a esse Deus. Preciso mesmo que repitas tudo o que não quis ouvir ou não dei importância...
Vá. Dá-me a tua mão. Segura-me. Não me largues. Nunca.
Beijo Doce

Coldplay - Violet Hill

quinta-feira, 10 de julho de 2008

ser menina

Albino Moura

terça-feira, 8 de julho de 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Foi difícil .... mas bom ;)

O Segredo de um Cuscuz


Fui ver. É esse o sabor... que a vida não pára. Empurra-nos para a frente. Sempre. Quando paramos, a recuperar forças, lá podemos olhar um pouquinho para trás, para o que fomos, para o que vivemos. E depois, novamente para a frente... E neste percurso, apenas duas certezas: que a família e os amigos nos enchem e que a vida é uma frágil linha na qual nos equilibramos. Este é o meu cuscuz.

As pessoas que nos rodeiam. A vida e cada um dos seus momentos. Lutas e dissabores. Prazeres e conquistas. Desespero. Tempos de paragem. O fim de tudo e, depois, o recomeço. Uma luz ao fundo. E, a cada passo, aqueles com quem partilhamos a vida. O essencial. Simplesmente luminoso.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

transparências II


nós na garganta que não se desfazem nem libertam o sal. sacudo-me mas não sais. dentro de mim, num espaço muito antigo, perto do estômago, sinto o frio. não consigo tocar-lhe, por mais que tente. mas no meio de tanta persistência, lá se escapa uma gota. e prossigo. um bocadinho mais aliviada até que a alma se esvazie de novo e solte mais outra.