domingo, 27 de dezembro de 2009

tontices


Contributos para a língua portuguesa:

Pedi um copo e não uma Rargafa!

Enquanto isso, a criatura ao lado repetia, concentrada: Trreccqutercv! Trrreccquetercv! Chaca, laca, chaca, laca! Xuuu! Ok! Rela cama! A falacá! Calacalacabudi. shublá! Checaleca.

Hama, tchulibai!Batá!

(precisam de descanso...!)

Mãozinhas!!!


Seis mãos encontraram-se esta noite. Duas grandes. Quatro mais pequenas.
As pequenas vieram dormir com as grandes. Primeiro foram jantar com mais mãos amigas.
Mãos com sorrisos grandes. Mãos que se dão em nome da amizade.
Mãos que brincaram. Mãos que desenharam. Mãos que gostaram de jogar. Mãos de pessoas doentes (hehehe...) e nervosas.
As seis mãos voltaram para casa. Encontraram-se no teclado e começaram a conversar.
Um par de mãos pequenas tecla as horas desta noite. Outro joga com a sua nintendo, enquanto fala sozinho. O terceiro par, o das mãos grandes, faz torradas e barra-as de manteiga. As mãos pegam nas torradas já prontas. Levam-nas à boca que as saboreia lentamente, só para tardarem em ir para a cama!
Mas nós não temos sono e queremos mais torradas!
E lá foram as mãos grandes fazer mais torradinhas! (as que as mãos grandes disseram que eram as últimas, por hoje...)
As mãos pararam de teclar e o ar encheu-se do som das torradas trituradas na boca.
Rápido! Caminha!
E lá foram as mãos, cabisbaixas, lacar os dentes.
Lacar?! Lavar!
Ok! Enganei-me! Estou a escrever só com uma mão, na outra tenho a torrada!!! Ok?!
Ok!
Cama!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

do Natal

Estou entre um misto de ternura, paz e saudade.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

porque te trago dentro



Com cuidado, venho dar-te um beijo. De olhos fechados, sinto os meus lábios no teu rosto. A pele marcada pela idade que a Vida considerou bastar, sem nos pedir opinião. O teu sorriso a entrar-me nos olhos. O coração a aquecer. As saudades a encherem-se de sal. Desculpa, mas sabes melhor do que eu como é inevitável. Tu que atravessaste oceanos, ultrapassaste tempestades, choraste perdas e percorreste os caminhos necessários, em busca de um lugar onde pudéssemos estar bem, juntos. Sabes do que falo. Fecho os olhos. Não quero lembrar-me do que fez doer. Só quero sentir os meus lábios no teu rosto e o teu braço sobre os meus ombros. É por isso que me aproximo. Porque o teu calor continuará a aquecer-me o peito. Porque, diante de ti, continuarei a ser pequena (a tua). Porque a tua presença permanecerá em mim. Porque o tempo não tem capacidade para a silenciar. Porque acontece sempre isto com as pessoas grandes. Os meus lábios no teu rosto. O teu sorriso a encher-me. Eu, cativa por um segundo, num abraço da eternidade.

Madrugada


Passava pouco da 1.30 da madrugada. É 5ª feira. Dia útil, portanto. Nada de álcool. Sentadinha, na cozinha, a trabalhar ao computador, oiço e vejo (!) o frigorífico a estremecer. Primeiro pensamento: "Raio da gata que já lá está em cima!". Sai daí, M! Oiço-a miar e dou conta que está junto aos meus pés. Levanto-me, porque só podia ser o J., entalado atrás do dito electrodoméstico, sem conseguir sair. Achei que me tinha levantado demasiado depressa, porque me desequilibrei e a idade não perdoa (essa p.......!!!). Afastei rapidamente o frigorífico e vi que o J., afinal, estava encostado à amiga. Miavam. Felizmente, "consegui acalmar" o frigorífico. Os tremores passaram e ainda me ocorreu que tivesse sido um sismo, mas rapidamente achei que o melhor é deixar-me de excessos.... Hoje o mano diz-me que houve realmente um sismo e pergunta-me se o senti. Confesso que fiquei aliviada. Afinal não foi da idade. As pernas ainda não estão trémulas. Reúno alguma agilidade.


(há pouco, na sala, reparei que havia molduras e cacarecos caídos.... Nenhum dos últimos se partiu, infelizmente). A primeira prenda deste Natal também se manteve firme!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

estar


Sábado foi dia de estar com gente querida. Foi dia de passar a tarde na Praça, alheia ao frio que, ainda assim, não foi suficiente para arrefecer a alegria de vos ver. Sábado foi dia de encontrar rostos sem hora marcada. E, depois, a noite. O propósito de percorrer a serra e festejar a vida que se quer a multiplicar. A tua. (não vamos comentar a idade...) Deixar o coração derreter enquanto observo as gracinhas do dono do Sorriso Bonito. Rir, conversar, deixar que nos sacudam os ossos... (O álcool explica muita coisa...) Fazer parte dum grupo de gente graúda concentrada na "Aventura dos Vegetais"... Comentar a interpretação dos vegetais. Apreciar o entusiasmo que o enredo provocou.
Respirar o frio de uma serra que para mim é quente. Partir... para vos voltar a ver na tarde desse dia e perceber que, desde cedo, se nota que há pessoas que apreciam ter motorista, por mais tenra que seja a idade.
E, depois, ficar assim, com vontade de vos encontrar outra vez a todos, enquanto caminho para sul. Aqui ou aí. Não importa.

sábado, 12 de dezembro de 2009

ASA



e foi isto...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

diz que é do brilho

o sono tardava e enquanto preenchia os minutos lá a vi "disponível". conversa aqui, conversa acolá, (primeiro as lamentações) e lá vem ela, outra vez, falar dos animaizinhos que são isto e aquilo. depois deu-lhe para a geomorfologia: as placas tectónicas, os abalos sísmicos e por aí fora. há pessoas assim. à noite dão asas à imaginação e é vê-las divagar na esfera da ciência.
Do what?

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

time to sleep


e agora vou dormir.... já que...
... não há nada impossível, porque os sonhos de ontem são as esperanças de hoje e podem, converter-se em realidade amanhã.

daaaah!


e se de repente vos disserem: promenor, cornograma, rccv, runião, entre outras cositas más? Chato, não é? E, só para piorar, o distinto emissor for um coleguinha de trabalho? e, se, já agora, o coleguinha for um chefe?! hem?! há coisas lixadas...
(onde é que está o álcool?)

da ansiedade


é oficial: dá-me para escrever quando mergulho nas espirais de ansiedade. podia roer as unhas ou beber, mas basta de vícios (nem gosto de álcool). fico pela escrita, enquanto o sono tarda em chegar e a cabeça se empenha em desenhar os inúmeros se's... bem sei que seria mais útil - a vários níveis, diga-se de passagem - ir para o ginásio e gastar lá as energias. não seria preciso nenhuma modalidade muito agressiva. bastava uma cena qualquer de relaxamento, ao estilo do bodycombat... um murro aqui, outro ali. coisas leves. nada disso. prefiro andar aos círculos com uns mini soft cake fresquinhos (mais um vício...), enquanto treino a voz doce Fiquei preocupada. Triste. e mais blá, blá, blá, whiskas saquetas... Fuck it!
(acho melhor ir dormir ou ainda destruo alguma coisa por aqui...)
Se este discurso não resultar, resta-me pontapear alguém... há sempre uma saída!

sábado, 14 de novembro de 2009

nice to be with you


A noite e o rio mais bonitos. [e ele é sempre tão bonito]. a ponte mais curta [porque as vozes no caminho tornam a distância mais pequena.] a vontade de chegar. a casa, a sala, a varanda. vocês. de modo que é assim...esta noite soube-me bem. muito bem. [sabe-me sempre bem.] estar convosco. sem nada em especial. apenas o riso. a conversa. mais riso. um copo. e vocês. porque há momentos assim.

domingo, 1 de novembro de 2009

desejo

Foge-lhe a vontade. escapa-se-lhe, entre os dedos, o domínio dos sentidos. A pele acende-se. Das nuvens sopram os primeiros dias da estação mais húmida que fria.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Bem-vindo!

Provocado por uma sms impaciente, oiço-te, finalmente, dizer Já está cá!. Uma onda de alegria percorre-me a pele, porque a continuidade da Vida sempre me fascinou e não consigo, nem tento, impedir que me comova, sobretudo quando ela é nossa. A tua voz permitiu adivinhar-te um sorriso meio palerma no rosto, enquanto repetias sucessivamente É fofinho! É tão fofinho! Mesmo fofinho!. Fizeste-me rir, apesar do sono inquieto - disseste-me duas horas, não seis!-, e de ser tão cedo. (Tão pequenino e já faz proezas!) Lá contaste pormenores de quem partilhou o momento e, num gesto aparentemente simples, entregou-o à Vida! Imagino-te a regressar a casa, de rosto luminoso, a reconhecer nas cores, daquele dia 20, tonalidades diferentes.
Parabéns aos papás babados! Bem-vindo, J.!
um xi. daqueles.

sábado, 10 de outubro de 2009

Atchiiiim!!!!!!!!


A propósito deste fenómeno e da reacção produzida, Mário Ramires, do Sol, presenteia-nos com o seguinte texto, que vale a pena ler:

"Como se já não bastassem as campanhas eleitorais em marcha – para as legislativas de dia 27 e para as autárquicas de Outubro –, há uma outra gigantesca campanha em curso, envolvendo custos, material de propaganda e recursos humanos tão desproporcionados e excessivos quanto os das outras duas: a da prevenção contra a gripe A.
Com uma agravante: a campanha começou oficialmente faz meses, ganhou novos contornos com a reabertura das escolas e promete prolongar-se pelo Outono e pelo Inverno... até ver.
A coisa nem começou mal – bem pelo contrário –, com as entidades competentes a travarem alarmismos histéricos, a garantirem informação e acompanhamento permanente e a accionarem planos de resposta à medida da pandemia anunciada.
Mas daí ao exagero foi um espirro.

O ano lectivo começou esta semana, com os costumeiros problemas e mais um: esse, o da campanha contra a gripe A, eleito matéria extracurricular de frequência obrigatória e prioridade máxima. Ai do menino, mesmo do primeiro ano, que desde o primeiro dia de aulas não saiba o bê-á-bá da gripe. O resto tem tempo.
As escolas mobilizaram-se para distribuir panfletos aos estudantes e pais, trataram de arranjar salas de isolamento para os casos suspeitos mesmo quando nem para as aulas há instalações de jeito, esgotaram o stock de gel desinfectante, perderam horas de trabalho em reuniões de professores e funcionários para pôr em prática os planos de contingência.
E as normas procedimentais aí estão, feitas à medida das possibilidades e do zelo de cada um. E, por isso, variam de escola para escola.
Nalgumas, os pobres miúdos são obrigados a lavar as mãos a cada espirro ou tossidela. Noutras, os desgraçados professores são obrigados a manter em cima da sua secretária um boião de gel que cada aluno é obrigado a utilizar imediatamente a seguir à entrada na sala de aula e antes de sair para o recreio – em turmas de quase 30 alunos não é difícil de imaginar o cenário – e ainda sempre que alguém vai ao quadro e pega no apagador, no giz ou no apontador que outrem usará a seguir. E por aí fora.
Ainda está para se saber como será num jogo de voleibol, basquetebol ou andebol numa aula de educação física duma dessas escolas mais zelosas: cada jogador terá de lavar as mãos a correr depois de passar a bola?
Um absurdo é o que é. Perda de tempo e de dinheiro.
O respeito das regras básicas de higiene e alguns cuidados acrescidos são como os caldos de galinha: não fazem mal a ninguém.
Mas pensar em travar a propagação do vírus por usar e abusar de um gel desinfectante nas salas de aula é o mesmo que acreditar que o vírus também faz intervalo durante o recreio – ou os miúdos vão deixar de cumprimentar-se, beijar-se, empurrar-se, cuspir-se, embrulhar-se à bulha, de beber do mesmo copo ou da mesma garrafa por causa duma coisa chamada H1N1?
E bem podem dizer-lhes que as pessoas responsáveis guardam distância de pelo menos metro e meio em relação aos seus interlocutores – nas outras campanhas, não andam todos aos beijos e abraços nas feiras, nos mercados e nas ruas, indiferentes aos riscos pandémicos?

A prova de que tudo não passa de um excesso de zelo e descabido contra-senso é que, esgotado o milagroso gel e face à sua inexistência em algumas escolas que não deixaram de abrir, a própria ministra da Saúde veio descansar os professores, técnicos auxiliares, estudantes e pais com a garantia de que lavar as mãos com o tradicional sabão azul é, afinal, suficiente.
Tanta preocupação e tanto investimento com o raio do gel xpto e vai de lá bastavam umas barras de sabão macaco...

...E, já_agora, umas garrafinhas de lixívia. É que as nódoas na Educação e nas escolas vão muito para além dos excessos com a gripe A.
E devia fazer parte das mais elementares regras de higiene mental acabar com elas.
Cabe lá na cabeça de alguém, por exemplo, que um professor tenha um conjunto de turmas de diferentes anos com um total de mais de duzentos alunos e, destes, quase uma vintena em regimes especiais – que implicam apoio pedagógico individualizado, adaptações curriculares ou avaliações diferenciadas – e que ainda tenha de dar aulas de substituição, receber pais, fazer relatórios individuais sobre os discentes e o mais a que está obrigado? Por junto, não dá para se dedicar a cada aluno nem um dia por ano.
Já para não falar das aulas em escolas em plenas obras e em tantas outras que delas tanto precisam e nunca mais as têm ou daquela em que o amianto foi retirado das paredes e deixado esquecido no pátio.
Em final de legislatura, é natural que a ministra Maria de Lurdes Rodrigues já vá lavando daí as suas mãos.
Mas as nódoas que deixa na Educação não saem com gel, nem com sabão macaco ou pedra-pomes... só com lixívia, que é receita antiga mas eficaz."

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

pé ante pé por Pessoa

Põe a tua mão

Sobre o meu cabelo...

Tudo é ilusão.

Sonhar é sabê-lo.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ladybug


Hoje lembrei-me de vocês ao longo de todo o dia. Não é que me esqueça, mas hoje a intensidade foi maior. Sentia-vos mais perto. O coração permite quebrar as distâncias e puxa para perto aqueles que trazemos dentro. Acho que é por causa da Joaninha que me deste...

E, foi assim, o dia quase todo: ouvia-vos as gargalhadas e quase consegui sentir-vos a pele. Na alma trazia a luminosidade do vosso sorriso.

Muitas ganas!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

'tá feito!


pediram-me para escrever qualquer coisinha...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

silêncio


o telefone toca. uma voz diz-me que partiste. sinto um soco no estômago. as palavras não saíram, porque o silêncio exerceu todo o seu peso. um vazio a instalar-se. a lágrima insiste num esforço inútil. o ritual a cumprir-se e a confirmar o que parecia impossível ser verdade.

nas horas que passam, parece que consigo ouvir a tua gargalhada. os cabelos atirados para trás e o som do teu riso. luminoso. como o sol, que a tua M. diz que gostas.

um beijo doce.
(imagem de www.olhares.com)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

SUL


Em direcção ao Sul. A cabeça cheia, num permanente turbilhão de pensamentos, raciocínios e análises. A maquinaria neurológica a equacionar o que não pode ser equacionado, à medida que percorro os quilómetros que me levam ao sul. Vozes que se levantam e tentam, sem sucesso, calar o coração, naquele dia um bocadinho mais sensível do que é habitual. Dia mau para ir ou ficar. Dia que se queria verdadeiramente quente como a estação.


A noite cai. Entro na cidade. Permanece igual: as casas, os telhados de quatro águas, o jardim, as ruas preenchidas com os passos tranquilos de gente que brinda às noites quentes. O rio, no fiel compasso das marés, está agora cheio. Ao fundo, já na ria, as águas parecem misturar-se com o céu. As noites têm sido perfeitas.


Amanhece. O calor do sul estala nas paredes e o mar chama. Mergulhar é a palavra de ordem. Lentamente, a cabeça começa a serenar. Não se esvazia. (Seria preciso que o "meu" sul se fechasse no Verão só para mim). Toco na areia, enquanto o sal ainda me refresca a pele. Sobre mim, um céu. Enorme.


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Pausa


Foi um mimo que me entreguei. Uma necessidade premente. Absoluta. Inadiável. A evasão, debaixo de um céu a que nenhum outro se consegue igualar, seja noite ou dia. O Alentejo é assim. Terra quente, de amarelo a arder. Em cima, o azul riscado, aqui e ali, com linhas brancas. Um silêncio doce e o corpo entregue à agua, indiferente às vozes. Uma espécie de descanso do guerreiro. A cal, num sereno acolhimento. Mergulho.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

É oficial...


o Alentejo é mágico (e eu precisava mesmo de parar).



terça-feira, 28 de julho de 2009

a importância dos amigos

E é isto a amizade. À custa de algumas pessoas, eis que nasceu uma dúvida e o Sr. Dr. decidiu tirar a prova dos nove: "Vamos ver quem tem razão! Se há algum problema ou se é apenas distracção!" Oh, Doutor, não sabe de quem estamos a falar...
É para que saibam o impacto das vossas palavras! Por isso, podem começar, - sobretudo tu -, a assumir responsabilidades!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

pedaços de silêncio

Um dia em que tive um grande desgosto, deitei-me para dormir sem saber como seria a minha vida para diante. Quando acordei, olhei-me ao espelho e vi, espantado, que duas grandes rugas me tinham nascido nessa noite, junto aos olhos. Não estavam lá antes de eu me ter deitado na véspera, mas agora estavam, nítidas e verdadeiras, a menos que eu as injectasse de botox e alguém inventasse uma cirurgia contra os desgostos. E habituei-me às rugas, conformei-me com o tempo que passa. Às vezes, lá onde moro, fico à noite a olhar as estrelas como as do deserto e oiço o tempo a passar, mas não me angustia mais: eu sei que é justo e que tudo o resto é falso. E às vezes, nesse terraço onde vejo e oiço as estrelas, onde escuto e aceito a ampulheta da minha vida, acendo um lume à maneira do Ali, com os galhos e ramos secos que fui colhendo durante o dia, ao passear pela paisagem. E, às vezes também, quando então percebo que tudo está em paz e faz sentido, falo com a tua estrela, sei que tu me guardas e vigias, que perdoas todos estes anos de silêncio, tão cruéis e irreparáveis ausências, tanto medo de seguir a tua estrela [...], a tua luz, em vez de tantas ofuscantes ilusões.
(No teu deserto, MST)

domingo, 26 de julho de 2009

transparências VII


A pausa foi grande, mas foi só aqui. Pelo meio mantiveram-se as directas, o cansaço físico e emocional diante de pessoas que, pelas atitudes mesquinhas, nos atiraram para trás e nos remeteram para os dias em que o coração se sentiu pequeno demais, de tanta humilhação. O combóio segue a sua marcha. Sem tempo para digerir as emoções, tento acompanhar o ritmo. As circunstâncias impõem um remexer na história que ficou parada: reuniões, pareceres, papéis. Os dias a voltarem e o coração a encher-se de raiva novamente. O desânimo a subir. A eterna sensação de injustiça. A paciência a escassear. A intolerância a crescer. Salvam-se momentos de ternura. Vozes que me querem fazer crer que, apesar de extenuada, cumpri o meu papel e lhes imprimi na pele o que me compete. Rostos que, de tão jovens, me obrigam a questionar onde coloquei a minha esperança. De um lado, a raiva e o transtorno, acordados de um sono fingido, impelem-me para diante. Do outro, o cansaço a implorar um fim.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Fizemos as pazes!

Para comemorar o reatar da amizade entre o meu computador e o youtube...




(obrigada, Zé!)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Fix you

When you try your best, but you don't succeed,
When you get what you want, but not what you
need,
When you feel so tired, but you can't sleep
Stuck in reverse

And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone, but it goes to waste
Could it be worse?

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try, to fix you

And high up above or down below
When you're too in love to let it go
But if you never try, you'll never know
Just what you're worth.

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try, to fix you.

Tears stream down your face,
When you lose something you cannot replace
Tears stream down your face
And I...

Tears stream down your face
I promise you I will learn from my mistakes
Tears stream down your face
And I...

Lights will guide to home
And ignite your bones
And I will try to fix you

Coldplay

quarta-feira, 8 de julho de 2009

banalidades ou não

deixa-te estar aí. não te mexas. vieste num fim de tarde quente. vinhas de calças de ganga e t-shirt de algodão. a brisa que escorria do rio desalinhava-te ligeiramente o cabelo. primeiro, não passavas de um vulto. esticaste o pescoço como quem quer ser visto. assim que percebeste que te avistava, largaste o primeiro sorriso. vinhas com o teu passo ligeiro. desviavas-te dos outros. atravessaste a rua e pisaste a calçada. o sorriso ocupava-te o rosto. observava-te. reconhecia-te o olhar e sabia exactamente qual a primeira palavra que me dirias, assim que me alcançasses. vá lá, não me distraias. Caminhavas sem grandes pressas, como quem perpetua o momento do encontro. Essa hora em que o coração dispara e um arrepio invade cada célula, soprando-nos um frio que faz estremecer o coração, o estômago, os pulmões... tudo. A distância encurtada a cada passo teu. Eu, estática, junto ao muro, como quem observa uma qualquer fita cinematográfica do mais banal que há, e da qual, a grande diferença é ser também personagem. Tenho tempo para observar-te. A câmera assim o permite. O contorno dos ombros, definido a contra luz. Os braços a acompanharem o ritmo do teu andar. Tu a aproximares-te. A distância cada vez mais curta.
"Corta! Take II!"

terça-feira, 7 de julho de 2009

um acordar maravilhoso é...

... despertar com o telefone e escutar, do outro lado, a tua voz doce.


(e tudo só por causa disto...)

do vento que não sopra


Há dias em que apetece e dias em que não apetece.
Há dias em que quero muito e dias em que não quero nada.
Há dias em que o coração explode e dias em que a voz se cala.
Há dias em que me apetece continuar e dias em que me apetece desistir.
Dias em que tenho vontade de andar e dias em que prefiro ficar.
Dias em que me apetece decidir e dias em que me apetece deixar-me levar.
Dias em que me encho de vida e dias em que me torno vácuo.
Dias em que escuto e dias em que apenas oiço.
Dias em que estou e dias em que apenas pairo.
Há dias em que sou chama e dias em que não passo de fumo.
Há dias em que sou eu, e dias em que eu sou apenas miragem.

Dias em que me apetece e dias em que não me apetece rigorosamente nada.
Como hoje.

domingo, 5 de julho de 2009

caracteres avulso

Percorro ruas pisadas em dias de paz e em dias de angústia. Esplanadas onde conversei trivialidades, ri com o humor inteligente de almas francas e onde me deixei levar por um oceano de pensamentos, raciocínios, questões nem sempre respondidas. Revejo os amigos e rever um Amigo é como regressar a casa. Abraços, risos. Tudo à volta da mesa. O menino do sorriso doce a fazer gracinhas. Os bracinhos no ar e o corpo a abanar ao som da música. Palavras atiradas a comporem conversas. Cervejas e grelhados. Enchidos. (e eu que não gosto nada disto...)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

zzzzzzzzzzzzzz


Alguém me ajuda a manter a pestana aberta?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

mistérios doces

Tenho guardadas as cartas escritas na vossa letra miúda. Chegam os mails com fotografias animadas e longas mensagens de despedida. Questões que levantam como se eu soubesse tudo da Vida. Releio tudo religiosamente, palavra após palavra, e dou por mim a questionar em que momento começámos a construir o que temos entre as mãos. Recordo o horário obrigatório em que lá estávamos, muitas vezes, sem vontade. Revejo as vossas caras, o olhar ausente, a expressão de sono, as exigências absurdas, os deveres não cumpridos. Recordo-me também: mal dormida (que o ano foi lixado!), pouco tolerante ao ruído, desesperada por motivar e me fazer entender!!! Como é que no meio de tantos desencontros, conseguimos tempo para construir algo tão doce?

terça-feira, 30 de junho de 2009

Bola de Sabão


sou uma bola de sabão que voa conforme a brisa. deforma-se com o vento e quase estoira nas tempestades.
sou uma bola de sabão, que repousa numa flor, pela manhã, e viaja pelas praias do sul, ao fim da tarde.
sou bola de sabão branco com sorrisos dentro. gritos de infância, doce e apetecida.
sou bola de sabão-detergente no dia-a-dia, no corre-corre, na vida agitada que me sopra para a frente.
sou bola de sabão-amaciador suspensa no cheiro da tua pele.
bolinha de sabão minúscula quando me sopram com força.
bola de sabão enorme quando me olho por dentro e vejo quem guardo em mim.
bola desajeitada quando o sopro é delicado. e fico a pairar assim, sobre a areia da praia, nas noites que falam de ti.

horizonte suspenso


vejo ao longe uma linha trémula. o calor do sol sobre a estrada, impede-me de vislumbrar o caminho. não sei se estás aí, e não adivinho a curva em que me aguardas. a chuva que cai não consegue refrescar a terra que piso. os passos são hesitantes e canso-me deste cheiro de outono que me roubou o verão.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Lenda da Fonte

Porque me trauteaste ao telefone, fui buscar isto!

Maria do monte, nascida e criada
Na encruzilhada que fica defronte da fonte sagrada
A lenda é antiga, mas há quem a conte
Que descia o monte uma rapariga
P'ra beber na fonte

E aquela hora por ela marcada de noite ou de dia
O Chico da Nora na encruzilhada esperava a Maria
Seguiam depois, bem juntos os dois, ao longo da estrada
Matar de desejos, a sede com beijos
Na fonte sagrada

Mas um certo dia, como era esperada
Na encruzilhada não veio a Maria à hora marcada
Seus olhos divinos p'ra sempre fechou
Aldeia rezou, tocaram os sinos
E a fonte secou

E aquela hora por ela marcada de noite ou de dia
O Chico da Nora na encruzilhada esperava a Maria
Mas oh santo Deus, escureceram- se os céus, finou- se a beldade
E diz- se no monte que a velhinha fonte
Secou de saudade.

E áquela hora por ela marcada de noite ou de dia
O Chico da Nora na encruzilhada esperava a Maria
Mas oh santo Deus, escureceram- se os céus, finou-se a beldade
E diz- se no monte que a velhinha fonte
Secou de saudade

Museu do Traje

Eu Venho

Eu venho da força da maré
Eu venho do todo da canção
E como eu não sei o todo que é
E há em mim, eu só vim
Em nome do coração.

Eu venho do sal de quem chorou
Tempero da alma que se dá
Ah vida vivida, sou quem sou, só por ti
Só eu sei tudo o que eu já sofri

E se eu não quiser mais viver
Rouba-me o chão mais uma vez
Que eu hei-de aprender
Que não pode escolher
Quem nasceu da força da maré.

Eu venho do riso incontrolado
Dos loucos que amam sem porquê
Que eu ando com a sorte lado a lado
E onde eu for
Há-de ir sempre o meu fado

Eu venho do fogo e do feitiço
Que agita este mar que me dá vida
Desfaço a razão e o compromisso
Em pedaços
Ai de mim
Porque hei-de eu ser assim?

Autor da Letra: Mafalda Arnauth

domingo, 28 de junho de 2009

sabores de verão


sentados à mesa, depois de uma refeição cheia de tudo aquilo que preenche o verão, chegava a hora daquele fruto vermelho que cortavas em pedaços com o teu canivete de bolso. para mim, adiantavas o castelo da melancia, quase limpo, que fazia a inveja dos outros, então distraídos. se não te restasse outro remédio senão distribuir, guardavas-me o pedaço maior, o mais limpo e sumarento. deixáva-lo cair no meu prato de sobremesa, enquanto me piscavas os olhos em jeito de cumplicidade. salpicavas a toalha. recordo-me sempre do sabor fresco quando a provava. o verão a entrar-me no corpo. os nossos gritos a encherem a mesa e a vida com todo o seu sabor. os teus olhos pequenos a brilharem, enquanto me repetias que este e aquele havia casado ou morrido ou outra coisa qualquer. mais crescida, e por mais que me esforçasse, não fazia a mais pálida idéia de quem falavas, mas ia dizendo que sim, para que continuasses a falar e permanecesses comigo à mesa. recordo-me que quase todos os nomes que citavas terminavam em "ito/a" ou "ino/a": Jaquinito, Firmino... também tenho idéia de serem primos ou primos dos primos. ou até vizinhos de primos. na verdade, quase acredito nunca os ter visto, mas gostava de te ouvir falar. às vezes, à tardinha, sentávamo-nos outra vez e cortavas, com o mesmo canivete, lascas de peixe seco que me enchiam a alma. rias-te muito e a tua barriga tremia. às vezes, bebíamos cerveja. tu preferias preta. nunca compreendi por que motivo acompanhávamos o peixe seco (agulha ou atum, que era ainda melhor) com pão, mas cumpri sempre esse ritual até hoje. e falavas dos -itos e -inos, pondo-me ao corrente das novidades acerca de pessoas que eu não sabia bem quem eram. rias-te quando me ouvias dizer uma piada, propositadamente atirada para ver os teus olhos ficarem ainda mais pequeninos. chamavas-me de uma forma que mais ninguém fazia. não sei quando começou a nossa cumplicidade. a M. disse-me uma vez que eu era muito pequena e o momento pouco feliz, mas acho que foste tu que engrandeceu o que nos uniu. não tive mais do que os outros mocinhos. passeavas com todos na tua motorizada (era assim que lhe chamavas), no tempo em que não existiam brigadas de trânsito nem se pensava permanentemente nos perigos. desfilavas, orgulhoso, perante o olhar dos teus amigos, que acenavam a rir, enquanto nós vibrávamos com a velocidade alucinante de 30 ou 40 km/hora! levavas 3 ou 4 de nós na mesma corrida, enquanto os restantes aguardavam junto à parede de cal da casa que serviu de cenário aos verões da nossa infância. a tarde era coroada com um gelado para cada um, comprados na barraquinha daquela senhora cujo nome não me recordo, mas que terminava certamente em -ita ou -ina. uma vez, há muito, muito tempo, íamos as três contigo recolher umas ervas para os coelhinhos que nos haviam comprado e acabámos os quatro caídos num buraco, com a mota virada. à tua pergunta "aleijaram-se?", respondemos que não, eufóricos por termos sobrevivido àquilo que, para nós, foi um "desastre". em casa, ainda tiveste de ouvir "porque foi perigoso, porque podia ter sido grave, por isto, por aquilo", mas tu esquecias qualquer risco perante os nossos desejos. e rias. muito.


lembrei-me de tudo isto enquanto saboreava o castelo de uma melancia fresquinha, ainda que não tenha sido cortada com o teu canivete de bolso.

distâncias


Adoro ouvir-vos a voz e odeio os milhares de quilómetros que nos separam.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

exausta



sinto-me uma formiga em permanente preparação para o rigor do inverno. eu sei que falta pouco. eu sei que o pior já passou (na verdade, não estou muito certa disto). eu sei que esta altura é fértil em ansiedades e pressões. eu sei tudo isto. mesmo assim, sinto-me a arrastar diante do teclado, mergulhada entre folhas e mais folhas: pct's, f. de aval., grelhas, portefólios.... mas está quase... dizem. enquanto isso, o cansaço de um (?) ano faz-se sentir, e, sobre ele, somam-se os prazos a cumprir e as novas incertezas.

terça-feira, 23 de junho de 2009

a propósito do dia de ontem


oito - número redondo. par. dois feito num. perfeito. como perfeito é o teu sorriso.

oito - deitado são dois olhos. bailarinos no teu rosto, que dançam ao sabor dos dias. encolhem-se nos sorrisos. dançam ao som das gargalhadas que ilustram a tua infância.

naquele ano, o verão veio para te receber. uma 6ª feira a contar as horas para subtrair os quilómetros. voar para te conhecer. ver o teu rosto. ficar a contemplar-te. perder-me em ti. tão pequenina. tão amada.

podia ficar aqui contigo a tecer estórias da nossa história, como tantas e tantas vezes me pedes: Conta outra vez! Conta mais uma!" . mas não é preciso. existem dias inteiros à nossa espera. dias pintados só para ti. dias para me esquecer do tempo e perder-me na explosão de ternura que é o teu abraço.

tpc de moral

domingo, 21 de junho de 2009

da saudade

Porque a saudade não se explica, mas, ainda que alguém fosse capaz de o fazer, temo que tal proeza não a pudesse diluir. Porque a saudade, como dizes, pesa, ainda que a guardemos delicadamente embrulhada em papel pardo ou prata. Porque o seu peso é proporcional à sua idade. Porque o calor tem o dom de a dilatar e evocar os dias de verão, tempo em que o mar e o sul se fundem. Porque o calor não a derrete, mas multiplica-a em milhares de grãos de areia a escaldar ao sol. E é por isso que queima. Porque o fado apenas a evoca, e, nele, o grito mudo ganha expressão, mas não o silencia para sempre.

terça-feira, 16 de junho de 2009

do sol e do riso


O lufa-lufa de 3ª feira quase impediu a partida no dia marcado. Mas a malta é FORTE [!] e meteu-se à estrada. Roupa enfiada na mala, muito à pressa, como quem não pode perder um único dia de descanso. O jantar engolido à pressa. A chave entregue, depois de subir cinco pisos ao som de um alarme idiota que impediu o funcionamento dos elevadores. Meio dedo de conversa com a Amiga que haveria de cuidar dos gatos e o regresso, escadaria abaixo, quase às escuras. A noite já instalada, a estrada pela frente e o telemóvel que não parava um minuto a anunciar vozes loucas de quem nos aguardava. O sono a tomar conta da motorista de serviço e a ilustre aqui a assumir o leme! [e o que eu gosto de conduzir carros alheios, à noite, só com um médio e em estradas amplas como o IP3...] Mas a malta é FORTE! E porque não gosto de viajar sozinha, a ex-motorista também não dormiu, visto que alguém se lembrou de pisar de 100 em 100 metros a banda sonora e a música logo se fez ouvir. [hehehe]. Tudo ia bem quando a co-piloto desperta e diz que devíamos ter virado antes, e toca de voltar para trás e a mulher de papéis na mão, telemóvel-lanterna em punho e "Eu já vi o nome desta terra aqui! Eu já vi!". Depois de alguma insistência lá ligou à anfitriã que, sem gota de álcool no sangue, nos deu as indicações necessárias. Chegada à vila: "Sigam pela rua das lojas [Lindo! Zara, Mango, Benetton, Hóteis "Rooms to let..."], sempre em frente. Ao fundo, avistam-se dois macacos, aos saltos, quase cegos, com os máximos que me esqueci de desligar... Chegámos!!! Yupiiiii! Férias! Malas para fora. Novidades das últimas 24 horas não partilhadas e em que a selva quase deixou as suas marcas. Tudo por causa de cães em posição de ataque...

O dia amanheceu mais bonito que o costume, não fosse não existir sombra da rotina. E porque era Dia de Camões lá fomos visitar nuestros hermanos! Metros passados sobre Vilar Formoso e o estrangeiro avista-se benito! Que coisa mái linda!!! Salamanca estava igual a si própria. O carro da frente, em piloto automático, chegou ao hotel em menos de nada... ;)

No dia seguinte, como turistas que somos, fomos à descoberta da cidade e conhecer os espaços mais ilustres: a Catedral, a Stradivarius, a Praça Maior, a Zara, a Oysho e, claro, a Casa das Conchas, onde nos aguardavam alguns minutos de cultura...

De regresso à pátria, o Tomé, impaciente mas viçoso, aguardava pelo grupo. A partir daí pouco há a dizer: alimentação saudável, banhos e mais banhos numa piscina de ondas magnífica. Pena alguns utentes que não paravam de arrastar a espreguiçadeira em busca de um lugar à sombra... ou ao sol... não deu para perceber. [mas também não importa, pois era a miúda do autoclismo!]

À medida que se aproximavam as horas da refeição, o homem do assador metia mãos à obra. De cigarrinho no canto da boca, peito feito, lá ia ele, feliz, por servir suas "doutoras"!!! Mesa posta, saladas e mais saladas, - nada de chouriços, morcelas, sardinhas, que a malta detesta os irmãos animais! -, e, a regar as iguarias, um genuíno sumo de morango, fresquinho, fresquinho!!!

O regresso fez-se com animação, a repetir cada momento gerador de gargalhadas. Essa mania de perpetuar as horas doces é uma terapia eficaz. Aguarda-se a sessão cinematográfica...


Piadas à parte, importa dizer como foi valiosa a temporada: pela companhia, pela limpidez, pelo riso e, sobretudo, pela maravilha que é conhecer pessoas que valem a pena, porque sabem estar à superfície mas também mergulham no que vem de dentro.

Obrigada às manas pelas pessoas que partilham.

[como diz o gajo do assador: não contem com mais lamechices até ao fim do ano!]



segunda-feira, 15 de junho de 2009

Para Ti!


porque não gosto de te sentir a voz embargada. porque detesto ver-te infeliz. porque gosto de ti.
muito.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Isto é para vocês os dois!!!

Para ti, TJ:

1. Não trabalhei!
2. Não produzi!
3. Amanhã vou penar para ter tudo pronto!
4. Já não vou dormir 5 horas sequer!

...mas...

Obrigadão! Puseste-me a rir e eu já não o fazia há algum tempo... (ainda que tenha sido à conta de virtualidades desérticas!)

Põe-te fina e bola para a frente!!! Vem aí o Verão! (E deixa de cuscar isso!)
Beijo

Para ti, GG:
1. Obrigada por esse humor que entra na onda, apesar do teu cansaço.
2. Obrigada por (também) me teres feito rir. És espectacolher!!!
3. Sim, eu sei, foi a sorte que te pôs no meu caminho....

Beijo... Bom Deus.

Diálogos

Numa noite de domingo, enquanto lutava contra o cansaço para me concentrar no trabalho que parece não diminuir, eis que me meto com o Afilhadão, numa tentativa de me animar:
S. diz: alô !
G. diz: aloo!
S. diz: És tu, Deus? Morri e não dei por nada? Estou no paraíso?
G. diz: Exactamente. Sou o todo poderoso!
S. diz: Meu bom Deus!
G. diz: Mas isto nao é o paraíso, filha.
S. diz: PORQUE RAIO NÃO ME DESTE O QUE TE PEDI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
S. diz: Então?
G. diz: Isto é o msn.
G. diz: E tu? Mereceste o que pediste?
S. diz: Acho q sim. Por que não perguntas às pessoas que puseste no meu caminho?
G. diz: Se não bateres com a cabeça como queres aprender?
S. diz: Mas eu tenho batido com a cabeça! Tu bem sabes... Olha, bom Deus, pergunta ao afilhado que me deste se mereço ou não o paraíso.
G. diz: Sim. É verdade.. Essa foi a única coisa que tu pediste e que eu te concedi:"um afilhado espetacolher!"
S. diz: Sim. Concordo! Uma verdadeira pérola!
G. diz: Ele é o meu filho muito amado. ESCUTAI-O!
S. diz: Sempre vi n'Ele um jovem capaz e especial. Cheio de dons!
G. diz: O que ele tem não sao dons! Aquilo é ele mesmo.. está encarnado nele.
S. diz: Então, bom Deus?
G. diz: É dificil de te explicar.
S. diz: Claro, claro.
G. diz: Mas é, tipo, do género... Tu nasces com uma cabeça, dois braços, etc, etc. Ele nasceu assim... É natural!
S. diz: Diz-me, bom Deus, que fiz eu para merecer ser madrinha de tal criatura? Não sei se sou digna...
G. diz: pois... foi um bocado a sorte, foi.. mas, pronto, dentro dos humanos ... és aquela que te destacas...
G. diz: Agora é assim: o bondoso e o misericordioso Deus todo poderoso tem de ir fechar o olho.
S. diz: Também dormes, bom Deus? Pensei que fosses perfeito e estivesses sempre a olhar por nós.
G. diz: Por isso é que tenho 3 olhos.
[esta parte não foi muito bonita...]
S. diz: Bom Deus, estás aí ainda? Escutai a minha prece...
G. diz: Diz.
S. diz: Mereço o paraíso ou o inferno?
G. diz: O paraíso... obviamente.
S. diz: É difícil de responderes bom Deus?
G. diz: não.. essa pergunta é fácil .
S. diz: Então, porque me farto de trabalhar e penar e não vejo a Luz?
G. diz: A luz está nas pequenas coisas. São as pequenas coisas que fazem os grandes acontecimentos. Tens de estar atenta aos pequenos pormenores...
S. diz: Mais uma vez estás certo, bom Deus.
G. diz: Claro que estou, ora! lool! Um resto de um bom dia! Vá, ciaaau! Até amanhã! Tenho que ir, terráquea. Dorme bem, terráquea!
S. diz: Dorme bem, bom Deus!

Conclusões:
1. As relações entre madrinha e afilhado mudaram desde que nasceu a Internet.
2. Deus dorme! (já desconfiava... ooops!)
3. Deus é moderno!
4. Deus é poliglota!
5. O miúdo também anda cansado. Só isso explica este diálogo.
6. Precisamos de férias os dois!

domingo, 7 de junho de 2009

É isso!!!

Partir!!! É mesmo isso que quero!!! Partir tudo... em bocadinhos bem pequeninos... lasquinhas, mesmo!

no words

sábado, 30 de maio de 2009

Selos oferecidos

Conheço uma Boneca Russa que me brindou com os selos que se seguem. Para isso, só tenho de cumprir alguns desafios:

1. Publicar a imagem do selo e linkar o blog que passou.
2. Escolher 5 situações da minha vida que mereciam ser repetidas em slow-motion e porquê
3. Passar o desafio e o selo a 12 blogues (meu Deus!!!)

A primeira parte foi cumprida. Agora, cinco situações em slow-motion...

- Quando as minhas pequenas Fadas estão por perto e as horas voam como minutos! A sério que devia ser proibido o tempo passar tão depressa nos momentos doces.
- Quando encontro na mala bilhetinhos que vão directo ao coração.
- Quando sinto o frio na barriga por causa de um olhar que é só o primeiro.
- Os beijos apaixonados.
- As horas partilhadas com os amigos.

Agora, 12 blogues...

Amor e Ócio
Colecção de Miúda
Corta-fitas
Dias de uma princesa
Nos Anéis de Saturno
O ego foi de férias
Ondas Digitais
Poesia distribuída na rua
Sebenta Azul
Sentires a Três
Shiuuuu
Um Amor Atrevido

Novo selo....


Ao que parece tenho de dizer o que significa um Homo sapiens... apesar da formação académica, apetece-me ler-lhe um segundo sentido. E porque uma das características da espécie é querer compreender e influenciar o ambiente... acho que que alguns cumprem melhor o primeiro aspecto, enquanto outros se dedicam à segunda tarefa, nem sempre com os melhores resultados.





And the last one...


Este selo obriga-me a anunciar 8 desejos:

- Ganhar no Euromilhões um prémio bem redondo
- Que cheguem as férias!!!!!!!!!!!!
- Fazer uma mega-viagem
- Beber uma morangoska fresquinha agorinha mesmo!!!
- Ter tempo.
- Tê-las comigo...
- Receber mais de IRS do que a simulação indicou!
- Comer doces sem consequências para a balança!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Hei! Vocês...




É proibido comentar em grupo!!!


Não faltava mais nada! Já agora...


segunda-feira, 25 de maio de 2009

gestos escuros


Foi a tua rigidez que me chamou a atenção. Um movimento fortuito, assustado, captou-me o olhar e já não foi possível recuar. O medo tomou conta de ti e a desonestidade do teu gesto rapidamente te transformou na jovem inexperiente que és e que, segundos antes, te fizera crer segura. Mas, olha, para seres grande não precisas colorir os teus passos a pinceladas de preto e branco. Não precisas contornar as situações para mais rapidamente alcançares o objectivo. Não o faças. Respeita os teus ritmos e assume a autoria dos teus gestos. Dá-lhes transparência. Por cada vez que optares por outro gesto, mais baço, menos teu (quero crer), mais facilmente o quererás repetir e, quando deres por ti, já os terás impressos na pele. Conseguirás, certamente, pelo menos algumas vezes, o troféu que pretendes, mas o sabor da conquista não te pertencerá e, pior do que tudo, a tua transparência dará lugar a uma tela escura.

Foi por isso que não pude permanecer indiferente. Foi por isso que não pude ignorar a responsabilidade de te alertar para o perigo do teu gesto escuro, hoje comum nos bancos da escola. Mais do que a consequência imediata, quis acender-te a luz para que visses, com nitidez, o perigo de um gesto fácil e desonesto. É aqui, para mim, a razão de ser de um educador. Foi por isso que fiquei feliz quando me procuraste com os olhos a transbordar. Foi por isso que preferi as tuas lágrimas ao sorriso que tomou conta de ti no primeiro momento.

domingo, 24 de maio de 2009

respostas implacáveis

"Em 1922 Mussolini organizou sobre Roma a Marcha Benito"
"Em 1924 os fascistas perseguem as eleições e os opositores ganham."
ou
"Em 1924 as eleições perseguem os fascistas e os opositores ganham."

dos desenhos animados

Ao contrário de algumas pessoas, eu adoro os desenhos animados, porque gostaria de os poder ver, em vez de amanhecer, às 6h30m, amarrotada com preocupações de natureza mecânica, depois de levar toda a noite a sonhar com a conta apresentada por umas mãos sujas de óleo. [Eu já disse que não fui feita para isto! Isto é cena para um gajo tratar! Assumo-me machista, pelo menos neste aspecto!] Eu prefiro ouvir bombar os desenhos animados, em vez de acordar e, em piloto automático, pôr-me a corrigir testes. Eu desejo ardentemente poder passar a ferro, limpar a casa e arrumar. E, já agora, Miss Lion, a propósito da troca de palavras enquanto os outros discutiam o sexo dos anjos, eu detesto perder energia com coisas tão pequenas e irrita-me a incapacidade que se apodera de mim em não controlar tamanha fraqueza, mesmo com recurso ao alcóol. Sim, eu sei, sou intolerante comigo mesma. So what?
p.s. - Obrigada por me teres acordado, hã! Os cabelos da Barbie espalhados na sala devem-se à vocação de cabeleireira que a tua filha insiste em manifestar.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

das marés


podia ficar aqui horas a fio a descolar as algas que se me fixaram à pele. podíamos tecer considerações sobre as coisas e as razões das coisas. e eu poderia, inclusivé, (re)erguer as questões para as quais nunca tive respostas definitivas. questões que surgem, periodicamente. questões que parecem calar-se durante um tempo. aparentemente satisfeitas com uma resposta alinhavada numa realidade ténue. questões que se levantam, poderosas, e sacodem a areia que se alisou. podia divagar contigo sobre estas marés. deixar-me levar pela tua confiança e serenidade. aceitar as tuas respostas e amanhecer mais límpida. mas não estás aqui. por isso, arrasto-me neste mar de contradições, nestes ventos e marés que me deixam à deriva até ao momento em que amanheço num outra praia.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

transparências VII


Nós temos cinco sentidos:

são dois pares e meio de asas.

- Como quereis o equilíbrio?



David Mourão-Ferreira

terça-feira, 19 de maio de 2009

A quatro mãos

Desde pequeninas...o sonho. A ilusão do romance, do tal! Reconhecer ao primeiro olhar. O primeiro olhar, o primeiro momento, o primeiro beijo, os "primeiros". E de quem é a culpa????
A culpa é dos contos-de-fada contados à noite, das histórias "Era uma vez... e viveram felizes para sempre", da vontade de acreditar e da esperança injectada.
A culpa é dos filmes, do amor à filme, do amor cheio, fácil. Do guião que acaba sempre com o bouquet atirado. Do amor à serie "How I meet your Mother". Com copo de vinho a degustar.
A culpa é da vontade de querer mais, da certeza (?) de se merecer mais. Da vontade de questionar e da mania de se achar que não se é padrão, que não se quer amores "clichés".
A culpa é de querer dizer um nome falso mas mesmo assim ser descoberta no meio de bolos. A culpa é de querer esperar o momento e saboreá-lo, porque a seguir vem outro. A culpa é da loucura de uma noite que arranca todas as outras no amor que está a vir.
A culpa é dos muros criados à força de projectos a viver e conquistas a saborear. A culpa é dos sonhos a voar a solo, da vontade escondida de não se sentir nada e guardar em redoma o desejo de se querer sentir tudo. A culpa é do medo da luz vir a expor a insegurança e preferir ficar em terra.
A culpa é do sangue que corre, corre sempre em direcção a uma foz onde desejo, amor, calor se transforma numa só lava.
A culpa é de atirar para a frente a vontade, porque se tem sete vidas como os gatos e há que gastá-las todas, se necessário for, para o amor que vem aí. Para o tal.
A culpa é de querer partilhar a casa de banho com o fio dental a tirar todas as resistências à intimidade profunda.
A culpa é do fechar os olhos e decidir mergulhar. E que se lixe. Porque apetece e o desejo explode. A culpa é de saber que há momentos eternos mesmo que escorram entre os dedos. A culpa é da dor que se sente depois. Do amanhecer de nevoeiro que se adensou. A culpa é do reerguer o corpo e limpar a praia para continuar a caminhar e a procurar.
A culpa é do sabor, novo sempre novo, sem corantes nem conservantes mas com hidratos de carbono que são açúcares depois de engolidos.
A culpa é dos contos de fadas, das séries e dos amores à filme, numa qualquer terça-feira partilhada à frente do visor.
A culpa, - desculpa -, é do sentir os ponteiros a passar. Mais um gole.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

E volto a declarar...



... que detesto a segunda-feira!!!!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

porque me apetece


... só para dizer que te amo.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Atitude


aconteceu sem aviso prévio, sem preparação alguma. no meio das horas que escorrem sobre as teclas, encontro-me com gente que trago no coração. primeiro uma conversa fugidia, perguntas e respostas de quem não se vê há algum tempo. piadas [porque o humor tempera a vida] e novidades. dúvidas. alguns conselhos de quem, na verdade, se está a aconselhar a si próprio. e, depois, o peito aberto. e soltam-se as imagens dos sorrisos e dos dias quentes. mas, porque a vida ora nos enche ora nos esvazia, surgem também os dias frios. tempos em que a miséria humana deixou na pele marcas a ferro quente, que ainda não cicatrizaram. palavras que evocaram gestos tornados bálsamo. atitudes capazes de derreter gelo, tal o calor que trouxeram. gente vertical que se chegou à frente, que esqueceu o medo, ergueu a voz e fez frente à injustiça. e entre recordações e saudades, eis que nos encontramos outra vez. para rir. para conversar. para partilhar. para desejar Boa sorte e soprar ao ouvido Confiança! e enquanto devoramos este encontro, eis que surge, como se fosse de propósito, mais um texto da Colecção, desta vez, sobre a necessidade de ter atitude! porque é preciso!


segunda-feira, 11 de maio de 2009

dúvidas existenciais


Continuo sem compreender por que razão o trabalho e o álcool não são compatíveis.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Para ti!

Pelo Arroz de Pato que não era japonês, mas paciência. Pelo riso avulso. Pelo passeio no parque. Sei lá. Pela partilha do que é comum e do que não é!

terça-feira, 5 de maio de 2009

domingo, 3 de maio de 2009

quinta-feira, 30 de abril de 2009

porque...


...ando a preparar o coração para domingo.

Amigos de 4 patas


Há inúmeros momentos do dia-a-dia que fluem e, por n razões não lhes dispensamos a devida atenção, ou, na melhor das hipóteses, reconhecemos, mais tarde, o seu valor. Tenho andado a pensar nisso a propósito do J.

Tenho o J. há cerca de 3 ou 4 anos, nem sei bem. Estava em muito mau estado quando o apanhei, na rua. Mudou completamente a minha vida. Duplico-me de cuidados com a limpeza. Não posso deixar comida à vista e tenho de lhe dispensar carinho e paciência antes que ele se lembrar de mo exigir através dos dentes ou das unhas. Há três dias o J. apareceu com o olho vermelho. Desde aí que não pára de lacrimejar (ainda pensei que o gajo estivesse a chorar por mim, o que me faria bem ao ego, graças às circunstâncias...). Depois de devidamente aconselhada, fui à farmácia, não sem antes ter caído na asneira de dizer que o J. é um bocadinho cheinho (talvez esteja a exagerar....). Pimba! Toma lá comida especial, porque gatos assim têm tendência para desenvolver uma série de doenças (e eu tenho pavor que isso aconteça!)... E assim entrou o J. nos extras deste mês. Espero que fique bom depressa e que o diagnóstico, feito à distância, seja o mais correcto. Curto imenso o meu bichano e detesto vê-lo assim...

domingo, 26 de abril de 2009

...


da eternidade


Porque a eternidade devia ser como nos dá jeito e não preenchida com ausências do olhar, do beijo, das palavras simples.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Para Ti!


Pronto! Este abraço vai direitinho para ti!