sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

de coração cheio

O coração cheio. horas a fio de caneta em punho. grelhas. médias. reuniões. a correria que não devia ser do costume. a ansiedade a levedar e a atravessar-se-me na garganta. o descanso ali à frente, como um quase que nunca mais chega. e o calendário a passar e a trazer este mês que ficou mais frio do que já é. e eu sem conseguir parar para aqui te deixar as palavras. não que te façam falta. na verdade, a necessidade é minha. de regressar a um local sem espaço, como se me quisesse sentar junto à pedra, na margem do rio que hoje nos separa. a certeza de estares aí, mesmo que o nevoeiro não me permita ver quase nada. e depois, depois de alguns momentos a sós, só tu e eu, levanto-me mais cheia de ti. às vezes, questiono se não será um fenómeno absurdo. quero lá saber! deixo-te hoje estas palavras. e aqui me sento um pouco, enquanto a água corre a meu lado. Ainda o 17 não havia chegado e já só pensava em ti. Falei com o M. o corpo cansado não impede que o coração se encha de saudades. em cada canto a tua presença. o frio a fazer-me resmungar como fazias. o M. já cá está. aguardamos a chegada do resto de nós! estamos ansiosos. ontem, entre risos e parabéns, disseram-me um até amanhã! fabuloso. daqueles que se dizem raramente. cheio de si próprio: a-t-é-a-m-a-n-h-ã-! tão bom ouvir isto e devolver! Estás feliz, princesa? -Sim! Mas amanhã vais estar mais, não vais? Sim! Se não me fizeres cócegas! Isso é que era bom! Nem penses! -Então, só um minuto! De quê? -De cócegas! Não! Um minuto e meio! -Está bem! Estou aqui, prontinha para cumprir! Como vês continuamos a deixar falar o coração!
um beijo doce

domingo, 14 de dezembro de 2008

Benção

Foi mesmo por acaso. Um alô de fugida, mais parecido com um tchau. A força anímica não tem estado no seu melhor estado e, por isso, não me apeteciam grandes conversas. E entre um olá e um adeus, meia dúzia de palavras, um convite, piadinhas, - o que eu adoro um humor inteligente e autêntico! -. De repente, abre um pouco o coração, [o que me faz pensar que não tenho estado muito disponível, embora me adoce a alma saber que confia assim em mim, mesmo que esteja tão distante...], seguem-se mais palavras, um convite, que dá logo azo a hilariações e, depois, a música! Como ele a descobriu, não sei... não me quis dizer. Não importa. Encheu-me a alma e quase me fez transbordar os olhos . E o que eu precisava disto hoje.
Mais uma vez, obrigada.

City and Colour "Love Don't Live Here Anymore"




City and Colour - "What Makes a Man" Transmissions

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Há Dias

Há dias em que julgamos
que todo o lixo do mundo
nos cai em cima
depois ao chegarmos à varanda avistamos
as crianças correndo no molhe
enquanto cantam
não lhes sei o nome
uma ou outra parece-me comigo
quero eu dizer :
com o que fui
quando cheguei a ser luminosa
presença da graça
ou da alegria
um sorriso abre-se então
num verão antigo
e dura
dura ainda.




Eugénio de Andrade
de Os lugares de Lume

Tributo




Pena não haver em português...

sábado, 6 de dezembro de 2008

Isto é que é mesmo bom!

Tiraste-me as palavras da boca! É isso! Que delícia são as noites que terminam assim: iguarias apetitosas, vinho, riso em abundância, música e os amigos, o melhor de tudo. Essas personagens que atenuam as merdices da vida e a tornam mais leve. Entre um gole e outro, as cantorias (des)afinadas, um cigarro (hehehe...), a capacidade intacta de hilariar e o entendimento de sempre. E no meio de tudo isto, a outra, tão pequenina a fazer-se presença!!! Eh, pá, ainda oiço a música e dói-me a barriga de rir! Para quando a próxima???

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Cartada

Estava bem lixadinha se tivesse que esperar por ti!!!! Toma lá. Aqui vai:
... convide-a para um bom jantar num restaurante de luxo, ou uma viagem a um destino paradisíaco. [aceitam-se propostas e não se esqueçam de pagar!]. 2009 será um ano em que terá de rever as suas opções no campo profissional. [para não variar, antecipo-me sempre...] Não será simples. [a sério?!] Lembre-se, é apenas uma crise passageira. [Ufa!] O emprego certo para si está à sua espera, só precisa de o encontrar. [estas previsões são do catano!] No Amor... [bem, isso é privado, OK?] A sua capacidade de gestão financeira será posta à prova. [what's new?!dassss!]
Seheiah, vou precisar de ti, está visto!!!
Nota: Se descobrirem previsões melhores, digam-me!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

momentos de paragem


Há nascer, há crescer e há morrer e em cada chegada uma partida... Entre vozes múltiplas ecoam algumas fantásticas que quase rasgam os céus. Estes encontros mexem sempre comigo. O silêncio a pedir espaço. As paragens a revolverem pesos e a desarrumarem bagagens. Uma voz que diz A pensar? Em troca, um sorriso e um sim meio sumido. E o silêncio a implorar espaço. E, de novo, as vozes a embalarem a alma. Música construída nota a nota para momentos em que o silêncio explode. Gente de lugares diferentes. Terras distantes, algumas outrora [e sempre]nossas. Palavras partilhadas. A família é um berço. E de um quarto íntimo surge o meu. Tão completo. Tão doce. Tão feliz. As vozes a preencherem os espaços e a adoçarem-nos o olhar. Partem todos e ficamos, finalmente, a sós. Não te digo, porque sei que sabes. Não te grito, porque sei que ouves. Olhamo-nos apenas. Oiço-te algumas palavras soltas. Não as devolvo. Sabes que não consigo, ainda. Basta-me que nos olhemos, por enquanto.

Mas importa que em cada acontecer haja sempre um caminho para a vida. (S.T.)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Brrrrrrrrr


Mas quando é que os metereologistas nos dizem que a temperatura vai aumentar? É que não é preciso continuarem a informar que está MUITO FRIO! Já deu para perceber!

Proposta




Parece-me bem. Assim de repente, parece-me muito bem! Três dias de fim-de-semana devia ser algo regulamentado na Constituição. Não um despacho qualquer. Não. Depois metem-se para aí a revogar este e aquele e quando acordamos ainda nos dizem que já só temos o domingo e que só o conquistamos por objectivos... ai que me deu uma dor profunda... À sexta estamos exaustos do ram-ram da semana. No sábado é a recuperação, mal conduzida, claro, pois que é feita a par e passo com a lida da casa. [E tudo correria bem, não existisse um felino a boicotar os avanços conquistados a pulso com técnicas arcaicas, pois que o aspirador pifou! A capacidade que o gajo tem de me levar à loucura! Fiquei cega só de me imaginar de vassoura na mão outra vez! Lá teve de experimentar a iguaria do vaso que tanto adora, desta vez à força!!!] O domingo sabe-nos a chocolate quente num dia frio, sem a depressão que antecede a segunda! E depois, aí vem ela... retemperados, vivemo-la sem medos. O fim-de-semana devia ser sempre assim. Três diazitos. Nem estou a pedir muito. Podia pedir quatro, mas também não quero abusar. Na verdade, só quero agradecer aos Filipes. Demoraram a sair mas deixaram-nos esta pérola de feriado!!! Mui gracias! Agora vou, que a angustiazita pré-terça está a apoderar-se de mim. Snif! Não quero ir para a escola!

domingo, 30 de novembro de 2008

outro dia

pesam-nos as decisões a tomar e pesam-nos as decisões dos outros. temem-se as mudanças. e entre um sabor amargo e o retormar do combate, agarramo-nos a restos de doçura, para suavizar a desilusão. as dúvidas dissipam-se num minuto, sem preparação, e fica a certeza de ter de continuar em frente. pesam-nos os dias iguais de cansaço. pesam-nos continuar a procurar. e seguir. em busca de outro caminho.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

sem nome









ir não ir para onde porquê sem querer seguir olhar para trás só um pouquinho e lembrar sem deixar de andar e continuar porque tem de ser e a vida empurra ir não ir para onde porquê só a vida sabe ou talvez nem ela e segue-se assim hesitante nos passos sem saber e por vezes sem querer e o desejo de chegar a um qualquer lugar onde haja sombra e calor e se for possível um lugar para sentar.

Paris


Na falta de uma viagem partilhada, a noite de sábado levou-me até Paris. Sem aviões, sem passagens. Bastou-me entrar no King - o que eu adoro o King - pela mão de Cédric Klapisch. O filme permite-nos descobrir a cidade por uma janela, pelos olhares das personagens, construídas a partir de cada um de nós. Ruas. Sons. Obras. As mudanças, na paisagem e na vida. Praças. Cafés. Varandas. Os gestos que se fazem em qualquer parte do mundo. Os desejos. O olhar sobre as coisas. Sobre os rostos. Sobre a cidade. A vida a despedir-se, enquanto fotografamos tudo com o olhar.

Fica aqui um cheirinho...


sábado, 22 de novembro de 2008

sem licença. com surpresa.


"Quando te sentires perdida
Fecha os olhos e sorri.
Não tenhas medo da vida
Que a vida vive por si!"
António Gedeão

é assim mesmo. um repente. sem licença. com surpresa. um acordar assustado. o coração a saltar e a cabeça a mil para resolver um imprevisto que não podia acontecer. alguns minutos e telefonemas depois, a solução. depois, claro, o trabalho... que esse não cansa de se fazer sentir, quando existe. e o envelope à entrada, a recordar-me o enredo, a trama que não se resolve e só parece complicar-se. não o abri. não queria tocar hoje nesse emaranhado de linhas. mergulhei em fichas, planos de aulas, às quais talvez nem venha a faltar. hoje até houve produtividade. [chiuuu! é de espantar, mas nada de euforias...] com o corpo entorpecido [os computadores e secretárias deviam trazer uns pedais!], levanto-me e lá me cruzo, outra vez, com o envelope. abro-o, como quem tem a certeza que está a abrir a caixa de Pandora, tiro a papelada e reconheço os termos legais e os prazos. recordo os dias sem cor, as pressões, o estômago às voltas e as lágrimas travadas. um envelope a mais despertou-me a curiosidade. e foi assim. sem licença. com surpresa. as palavras doces. uma ilustração terna. ambas suspensas num papel cuidadosamente cortado [não por uma guilhotina partida inadvertidamente ;)]. imagino as mãos de quem colou este puzzle: palavras dali, desenho dacolá. e tudo para mim! Hoje, apesar do despertar atribulado, soube a doce de abóbora com requeijão receber este presente! Obrigada!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ironia Estúpida


Vinha no caminho, quando, de repente, entras no carro. Não sei bem onde ou se te sentaste. A ansiedade não me deixou esperar. Fiquei fixada nos teus olhos. Entardecia. E cá dentro também. [Entardecer. Esta palavra dói-me.] Pisca. Mudar de faixa. É mais seguro. Não vejo nada. [E, lá fora, nem chove.] Só mesmo o teu rosto. E então, tive vontade de não contornar a rotunda toda. Apeteceu-me seguir em frente e entrar no edifício rosa. Esse, que tanto odiei. Atravessar a multidão barulhenta, que me irritava. Subir as escadas frias e ir ter contigo. Dizer o teu nome. [Há tanto tempo que não o digo. É só um nome. Mas faz-me falta dizer o Teu nome.] Só para te ver. Só para saber que Continuas. Só para te beijar. Só para Estarmos. E fazer aquela pergunta-pedido, idiota e desesperada: Hoje estás um bocadinho melhor? Egoísmo puro. Eu sei.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Aconchego



Chegar aqui. Ficar. Encolhida, só a sentir algum conforto. Deixar cair. Encostar a cabeça. Libertar as preocupações e o sal. Sem querer saber de limites, se's, subterfúgios. Deixar ir o que não deve ficar. Fechar os olhos e quase sentir o Vosso colo.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Frio

O que me apetecia estar em frente a este lume...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

just it


transparências VI


Hoje apetecia-me imenso que o telefone tocasse e, do outro lado, pudesse ouvir a tua voz...

domingo, 2 de novembro de 2008

2 de Novembro




Hoje farias 68 anos... Onde quer que te encontres... obrigada pela tua VIDA.
Um beijo doce de PARABÉNS.
Tua S


sábado, 1 de novembro de 2008

Não esquecer... pode dar jeito!

Singelas contribuições em Russo

spaciba - obrigado
Kak tie bia zavoot - Como te chamas?
dasfidenia - adeus
poka - adeus


Aguardam-se mais contributos de gente miúda.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Dassssss!




Até acordei bem, dentro do género. Cumpri o que havia definido fazer, excepto estudar a dita legislação... Rumei estrada fora em direcção ao ganha-pão (há já algum tempo que este deixou de cair do céu...). Mas o vento fez questão de me trocar as voltas e trouxe consigo uma neura insustentável. Dez minutos para almoçar. Uma personagem menos honesta [o que eu destesto gente assim!] e outro armada em parva! [Comeste. Agora digere.] Nesta cena da Vida, a que alguns designam Caminho, gostava de já ter aprendido algumas lições importantes. Hoje, precisava mesmo de saber como é que se faz para não nos deixarmos abalar com os ataques e investidas dos outros. Como é que se constrói a carapaça protectora? E como mantê-la? - não na aparência, mas cá por dentro...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Quase aqui


Ontem encontrámo-nos! Há tanto tempo! Não consigo evitar. Apetece-me logo mexer-vos no cabelo. Beijar-vos as bochechas cada vez mais perfeitas... [que segredo guardam para as manterem assim?!] Dou comigo colada ao monitor a descobrir caracóis novos, expressões de gente miúda a crescer. Não me quero surpreender muito. Quero-vos reconhecer logo. Abrir os braços e deixar-me sufocar com os abraços do costume. E, só depois, ir descobrindo as diferenças. Ver-vos a dançar, sem uma webcam como intermediária. Ouvir-vos cantar. Escutar com o coração as experiências novas e enternecer-me com as aprendizagens... mesmo de russo. E, ao cair da noite, ver-vos dormir, felizes, como se nada fosse mais importante do que um sono tranquilo. Sentir-vos bem perto, cansadas de brincar. Adormecer no cheiro da pele.


Da carta, nada! Cá vos espero!!! [Risos!] Festa do pijama? Outra? Está bem!!! [como sou difícil...]


O blog das fadas. Eheheh! Os disparates que fazem rir. Vá lá... estiquem os braços que quero tocar-vos!!! [Colam a testa à web e deixo-vos o beijo de boa-noite... Sonhos cor-de-rosa!] Contrariedades do mundo virtual.


Resultado de tudo isto: até às 3h da madrugada a trabalhar para saltar da cama às 6h30... Ainda assim, adoro-vos! [mesmo com olheiras...]




sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Bateria a precisar de carga!!!


Hoje lembrei-me mais do que é costume das vossas vozes doces. Imaginei-vos no banco de trás do carro. Imaginei-nos a cantar, com alma, aquele CD que gostamos tanto e ninguém sonha! Imaginei-te a pedir para pôr outra vez a mesma música. E nós a cantarmos com mais emoção ainda! E eu a divertir-me ao ver os vossos olhos fechados e aquele ar dramático de quem canta em palco! Já faltam menos de dois meses para que eu possa acariciar os vossos cabelos, beijar-vos o rosto e cairmos num sofá qualquer, aninhadas, até que a pele se canse. Enquanto Dezembro não chega, inspiro o perfume que sei ser vosso. Imagino as diferenças que trazem e faço planos para preenchermos as horas de sorrisos.

Na mesa da nossa casa

Hoje ficaste cá. Encontraste-me de martelo na mão, mergulhada a descarregar num prego o que gostaria de destinar a tantas outras coisas. Libertei a mesa e preparámos, em conjunto, um jantar calórico e pouco saudável. Entre conversas e frigideiras, enchemos os pratos de iguarias apetitosas. Finalmente, as famosas panquecas! Quase, quase parecia aqueles lanches ajantarados que, de vez em quando, Ela cedia que se comesse aos domingos... e a festa que fazíamos! Às vezes, a saudade traz-nos sabores doces. Ainda bem que ficaste.

Dias cinzentos

Os dias têm estado sempre atafulhados com preocupações que se atropelam. Navego com a cabeça em dois lugares. questiono-me, vezes sem conta, sobre as incongruências que nos envolvem e, mais grave, sobre as injustiças. Por mais que pense, analise e tente justificar, há muita coisa que não faz qualquer tipo de sentido... e, mesmo sem sentido, as vítimas vão existindo, e são sempre as mesmas, enquanto a impunidade passeia alegremente pelas ruas, destilando o seu veneno. Até quando?


Enquanto não amanhece, deixo isto para vocês...


segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Amizade




A cidade estava especialmente iluminada ao início da tarde. Mesmo com algumas nuvens, o sol fez-se brilhar. A Praça, igual a si própria, recebeu-me com solenidade. As ruas percorridas. O olhar à procura de alguma diferença. Os passos acelerados rumo a casa. As compras. Um dia aparentemente igual a outros, não fosse o de um jantar que se desejou com ternura. A campainha a tocar pela primeira vez e, a partir daí, mais e mais. Telemóveis: Onde é que fica? Que andar é? Está à janela não está? Euuuuuu? Não! A mesa posta. Cheia de nós e de quem não quis deixar de marcar presença. Risos. Piadas. E pelo meio, como já é costume, aquele par de olhos claros: o elemento mais novo da nossa história. Como quem sabia que de uma festa se tratava, batia palminhas acompanhadas de um sorriso lindo.
Por mais que me esforce, não me lembro de nenhuma conversa específica. Recordo, apenas, com nitidez, as vozes e o riso. A revolução sempre evocada. O reconhecimento de um gesto, de um momento em que a solidariedade tomou forma e veio única e genuína. Mais risos. Mais um camarão! As conversas e as novidades. A partilha de como está cada um de nós. As preocupações. As dificuldades e a força para continuar. Os vossos projectos. E, no fim, as arrumações. [estranhos hábitos de quem arruma tudo de mala ao ombro...] Que noite doce! O que quer que aconteça, há coisas que ninguém consegue tirar. Cultivar os laços é da responsabilidade de todos. Que da próxima vez estejamos mais.

A Viagem


Viajar na tua companhia é sempre um privilégio. Na sexta-feira não foi diferente. Depois de um dia de trabalho, cansados, comentávamos esta constante que tem feito parte da nossa vida: as mudanças, - ora suaves, ora avassaladoras -, as pressões e o sono, que insiste em marcar presença. Depois de um jantar de plástico ;), entre piadas e algumas partilhas do dia-a-dia, metemo-nos à estrada. A música envolveu-nos a conversa. As miúdas. A tua bicicleta nova. A luz misteriosa no céu e, por consequência, a infância. Os tiques e expressões que vamos reconhecendo e nos fazem rir... E pronto, já lá estávamos os 5. Invariavelmente Eles começaram a fazer-se presença. Primeiro, Ela. A manhã ensolarada. A festa tornada lágrima. Tu tão novo. Nós todos tão perdidos. Como uma tela branca, a noite passava o filme com todos os pormenores. A tua mão a apertar a minha. O sal a nascer-nos no rosto. [Já passaram alguns anos, e parece que foi ontem.] As mãos a apertarem-se com mais força. A troca das sensações que se escondem sem que nos apercebamos. Algumas mágoas. E, depois, a imagem do Homem que segurou o barco no meio da tempestade e se fez Ele próprio porto seguro. A força vertical de quem não se abate. A injustiça de não ter havido tempo para sermos nós a cuidar, a segurar o leme, a fazermos surpresas. Este sabor amargo a subir à garganta. O Homem que se fez árvore e estrada. O Homem onde pudemos reerguer alicerces e acreditar que um dia havíamos de voltar a rir. E voltámos, porque acreditar na Vida, e em nós, foi a maior das heranças. O Homem que guardou a dor para si para consolar a nossa. [O sal a fazer-se ouvir.] O Homem que partiu sozinho. [o sabor amargo outra vez]

E, no meio de tudo isto, uma alegria suave a iluminar a noite. Esta partilha. Porque no meio de tudo isto, lá nos vamos encontrando, para renovar a promessa desse outro domingo, em que, na sala da Nossa casa, de mãos dadas, nos lembraste que é preciso continuar a SERMOS.

Um beijo doce. Obrigada por esta noite.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

vontade de as trazer comigo


OK! Hoje é outro dia. já não me apetece mais andar para aqui a gritar que continuo e isto e aquilo. apetece-me antes questionar. até quando? para quê? até onde? porquê? como? percorrem-se as horas, dia após dia. sons. ruídos. vozes que nos acordam do desânimo... abençoadas. e depois, a coroar a tarde, - tensa, à conta de figurinhas arrogantes que prometem voltar! -, eis que surgem dois pares de olhos, quase iguais, lindos, lindos, num verde corajoso e persistente. inevitável sorrir-lhes. sentamo-nos e a conversa tem início. lembro-me de ter pensado: parecem irmãs... e no meio das palavras protocolares, começa a troca, a partilha. eis que surge, então, sem que alguém quisesse, o medo de quem se meteu à aventura. as palavras não revelam muito. mais uma vez são os olhos que brilham demais. um brilho húmido. e a disfarçar, o sorriso. simplesmente luminoso. sem desabarem, apressam-se a ocupar os silêncios. esforcei-me por fazer o mesmo. e depois mais palavras. confidências jovens de quem é forte, mas também tem medo. e a mãe a tentar suavizar... e depois mais palavras e, com elas, vou tentando formar o puzzle: novo país, um trabalho, uma vida diferente (esperemos que bem melhor). a esperança. uma família separada. e, para já, outra mudança: uma nova casa! [que estúpida sou, às vezes!] um quarto. um quarto para as duas, noutra casa, com mais pessoas. fiquei muda. e depois vejo-lhe o dedo. inchado e dorido. explicou-me. fiz o meu papel. [devias ir ao hospital] sim, sim, responde-me, mais para me tranquilizar... e a mãe a perguntar como se faz. se basta lá ir com o cartão de utente. se é atendida. se... se...se...

domingo, 12 de outubro de 2008

transparências V



Mesmo que não conheça o degrau da frente. mesmo que não o veja. continuarei. mesmo que, de repente, se apaguem as luzes. continuarei. sei que, por mais escuro que faça à minha volta, bastar-me-á procurar bem para encontrar algumas chamas acesas, persistentes. ainda que não saiba onde tudo termina. ainda que desconheça desfechos e fins de estrada. continuarei. mesmo que me faltem as forças outra vez. mesmo que sinta um sede queimar-me a garganta. continuarei. ainda que se multipliquem os cruzamentos. ainda que a Vida me empurre para direcções não sonhadas. continuarei. e quando já não houver mais nada onde buscar forças, e o nevoeiro se adensar... continuarei... e repousarei o olhar na tua chama.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

10 de Outubro


Há dias que parecem comuns e deixam de os ser por um qualquer pormenor aparente. Há momentos que crescem e se tornam vidas. Há pessoas com quem nos cruzamos na vida e nunca mais nos separamos delas. Ficam. Para lá das distâncias. Das horas. Tornam-se presença no riso e permanecem quando tudo escurece e a vida nos finta e atira para o chão. São pessoas que nos impedem de mergulhar na dor e por lá ficar. Dão-nos o tempo necessário e aguardam que amanheça cá dentro. Pessoas que nos imploram para não acreditar no que os sentidos trazem, quando eles insistem em fazer eco da noite. Pessoas que, quando já não conseguem travar as lágrimas, sentam-se e choram também. Pessoas que alguém insistia chamar de Anjos. Gente que se faz presença em dias de festa e fica por perto quando todos se vão. Gente que nos deixa sós, se a solidão fizer crescer, mas que nos arrasta para a luz, quando a solidão é o abismo. Gente que confia no que somos por dentro. Gente que nos faz crescer. Que ama de forma gratuita. Que dá do seu tempo. Que escuta. Que se entrega. Gente que se faz ao caminho. Que nos ensina a recomeçar quando pensamos ter chegado ao fim. Gente que recorda o riso e o sol, quando quase todos têm medo os lembrar. E o quanto isso nos ilumina!
Por tudo isto, e por tudo o que as palavras não comportam... PARABÉNS!!!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

encurtar distâncias

Enquanto consultava a caixa de email, eis que se destacou uma imagem de momentos divertidos, partilhados com gente querida de espírito livre. Claro que fiquei a pensar em vocês, outra vez... E como sempre acontece, - e apesar das circunstâncias -dou comigo a sorrir, por dentro e por fora! Um xi bem apertado.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Ei-lo!!!!




Não foi bem aqui que se deu o fenómeno estranho.... Na verdade, foi bem up o filme!
E olha, também tenho amigos!!!!!

Ok. Confesso. Foi aqui.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

miss u too...


saudade

vozes que se instalaram e começaram a fazer parte de nós. gestos. rostos. comentários. gente que entrou e ficou. que nos altera por dentro. que nos vê com o coração. gente a quem queremos bem. muito bem. gente que não queremos que sofra. gente que nos acompanha na guerra e na paz. gente que nos faz ser mais gente. e depois as distâncias. e a saudade. gente que aqui se guarda. com mais força ainda. mesmo longe.

o poder de uma @

sweet nerd friend!

sábado, 27 de setembro de 2008

missing you



“Cativar” quer dizer o quê?
É uma coisa que toda a gente se esqueceu. Quer dizer criar laços.
Por enquanto tu não és para mim senão um rapazinho perfeitamente igual a cem mil outros rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Mas, se tu me cativares , passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E eu também passo a ser única no mundo para ti…
Sabes, há uma certa flor… tenho a impressão que ela me cativou…
É bem possível.
Vê-se cada coisa cá na Terra…
Só conhecemos o que cativamos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
Que é preciso fazer?
É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
(...)
Teria sido melhor voltares à mesma hora. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estaria inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
Que é um rito?
É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas.
(…)
Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos…
Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa importante.
Ficas responsável para todo sempre por aquilo que cativaste.

(adaptação do texto de Antoine de Saint-Exupéry, "O Principezinho")

Hoje pensei em vocês. Aliás, penso em vocês praticamente todos os dias. O vosso rosto aparece-me com frequência. Sentados à minha frente ou diante de um computador, numa sala minúscula onde os laços foram crescendo até alcançarem o coração. O Exupéry tinha razão...
Fazem-me falta. As perguntas. O riso. A vossa autenticidade. As cadeiras a arrastarem-se. (Um barulho que eu insistia em combater). A vossa criatividade a crescer e a enriquecer-me por dentro. As reclamações. A curiosidade a bombardear-me. A certeza que temos quando sabemos que já nos conhecem.
Pergunto-me vezes sem conta como estarão . E nesta ausência de respostas, quero acreditar que tudo ficará bem.

The Story


All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you

I climbed across the mountain tops
Swam all across the ocean blue
I crossed all the lines and I broke all the rules
But baby I broke them all for you
Because even when I was flat broke
You made me feel like a million bucks
Yeah you do and I was made for you

You see the smile that's on my mouth
Is hiding the words that don't come out
And all of my friends who think that I'm blessed
They don't know my head is a mess
No, they don't know who I really am
And they don't know what I've been through like you do
And I was made for you...

All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you

Brandi Carlile

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Transparências IV




Tem-me doído a alma. Acontece-me isto sempre que a angústia se instala. Por vezes, ela parece aquietar-se, mas depois, quando dou comigo a pensar, - este vício... -, acordo o bicho e ela invade-me por completo. À minha frente, a estrada. Ao lado, o lugar onde trabalhaste e para onde as mudanças dos últimos dias me trouxeram. Involuntariamente não posso deixar de questionar esta ironia da vida, que me permite ter agora condições para almoçar contigo e já não haver hipótese. Esta eterna espiral dos ses arrasta-me novamente. Não bastassem as incógnitas do futuro e ainda carrego estes ses que já só pertencem ao passado. Momentos presentes que chegaram tarde demais. E desabo. Outra vez.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Transparências III

Passaram-se apenas 6 dias desde a última vez que consegui escrever. Cada um desses dias foram preenchidos com anos de emoções, acontecimentos, angústias e um sem número de pensamentos que se atropelavam cá dentro (e me atropelavam, também). A força de uma notícia despoletou novas dúvidas... medos... A engrenagem, que há muito não parava, foi colocada ao nível acima. E assim vou passando os dias e as noites, num contínuo dispêndio de energias. O cérebro a pedir pausas e o "coração aos pingos". A estrada sempre presente. E as permanentes partidas e chegadas. Acordam lembranças: a emoção de partir do berço-lar para me lançar à vida, atrás do que gosto e do que quero: a História. Crescer por dentro. Conquistar um espaço. Aprender. Mais mudanças e eis que chega um desafio: criar! O tempo passa, vou fazendo as peças desse puzzle, vendo-o ganhar forma. Etapa após etapa saboreio cada conquista, sem parar a obra. Orgulhosa, não deixo de proceder às correcções necessárias, espontâneas ou solicitadas. Invisto em mim. Conquisto um novo espaço... desta vez mesmo meu!... (e da CGD!). Construo relações. Experimento novas partilhas... Depois, as ervas daninhas começam a crescer à minha volta. De dia para dia, espalham as suas raízes e minam o caminho. Impõe-se uma nova partida. Deixar tudo. Agora? Para sempre? Quais as alternativas? E lá me aparece o teu rosto! [Ai a falta que me faz a tua voz...]. E lá fui eu fazer o que tinha de fazer... Recomeçar assusta sempre, pelo menos a mim, mas se tiver de ser, sabes que eu vou. Queria mesmo era ter a certeza que vale a pena acreditar na justiça. Que esta luta será coroada com o sucesso merecido e a miséria humana, pelo menos desta vez, vai perder. Que não são só nos contos de fadas das pequeninas que encontramos finais felizes. Queria conseguir ouvir e acreditar nestas palavras tão tuas: "Vai correr tudo bem! Faz a tua parte e confia." Gostaria de conseguir parar de pensar for a few moments e dar à fragilizada equipa de neurónios uma pausa merecida. Queria ser capaz de estar inteira no aqui e agora. Apetecia-me poder pousar tranquilamente a cabeça no teu colo e dormir um bocadinho.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Pé ante pé pela capital

Não. Não foi hoje. Parece até que foi há imenso tempo, mas era só o início de Agosto. Ora acompanhada ora sozinha apeteceu-me olhar bem esta cidade. Por dentro e por fora. E ficar um pouquinho a contemplá-la. É que em cada canto há mesmo onde o olhar se pode perder.






















É que Lisboa é mesmo uma cidade bonita.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

nós que se sentem e não se explicam

Há dias assim. Começa-se a sentir um bolo cá dentro a crescer, a crescer, e a impedir que o ar circule. Não existe uma razão específica para o súbito levedar desta massa, mas é uma realidade. Podia enunciar um conjunto de motivos, mas nenhum é directamente responsável, pelo menos isoladamente. De qualquer modo, nem sequer me apetece . Hoje estou assim, com vontade que o Outono chegue. Pode parecer trivial mas apetece-me ver cair as folhas secas e sentir o cheiro a terra molhada. E o bolo que não pára de me atravancar a garganta.

Lugares nossos

Hoje foi como tem sido quando ando por cá. Só que hoje quis também presentear-vos. Os anos, claro, mas sobretudo pela amizade. Esse lugar onde existe espaço, calor, risos e, quando é preciso, só o entendimento silencioso. Esse lugar que nos torna mais humanos e onde descarregamos os fardos para dois dedos de conversa e uma jola. [mesmo que depois nos apareçam à frente com pãozinho, queijo, presunto e mais umas quantas iguarias... E a malta a querer perder peso e ela a tentar-nos!] Hoje não quis ir descarregar nada. Não quis encher-vos de lamúrias. Hoje, apeteceu-me apenas fazer como se fazem às crianças quando se magoam: um beijinho. Vai passar! Olha, recebe este presente!
Hoje, quis só dar um xi e dizer-vos obrigada.
PARABÉNS!
[Olha, queres que vá à procura de uma coisa qualquer da Melissa ou da Fly e te diga outra vez: há preta e verde? Se for preciso eu vou! Sem problema! Tu sabes o que eu gosto de bater perna nos shoppings! É nestas coisas que acho que sou mesmo daqui... Jocas]

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Mais doce que o chocolate


As tuas lágrimas escondidas. Tão pequenina... porque me escondes as lágrimas? A dor que vem só de ver esses olhos vermelhos e tu a segurar o choro. Meu amor doce, tantos quilómetros fizemos estes dias. Tantas fantasias, canções e brincadeiras. E o riso? Que há melhor do que o riso partilhado convosco? Que gargalhadas tão doces. Sons que coroam um mundo maior, difícil de descrever, de pôr no papel. Música de encantar. Ternuras súbitas que não cabem na palma da mão, por mais que se tente agarrrar. E os olhos que me invadem e preenchem. "Porque me olhas assim? Que olhar é esse?" Sorris. E aí vem o teu rosto contra o meu, e um beijo ganha vida. Amor doce é o que és, pequenina. A tua mão na minha. Os olhares. Tudo numa maravilhosa cumplicidade. As cócegas e as partidas. Os sonhos e as brincadeiras. As canções. Coisas que se contam e fazem crescer isto de sermos umas da outras. Doçuras. Vamos lá brincar, Pearl e Bethany!

***

Scarlett

AMAdorar


Foi assim num momento de ternura como têm sido os últimos. No meio das confissões do que nos vai no coração, eis que se levantou um problema. "Adivinha o quanto eu gosto de ti?" Pensámos, pensámos e não foi possível chegar a um patamar satisfatório. Gosto de ti até ao céu. E voltar. Amo-te até Plutão e voltar, também. [fiquei a saber que já nem é considerado um planeta...] E eu à volta do sistema solar várias vezes e voltar. Depois de algumas voltas ao universo... zás!... outro problema. Nem "amar" é suficiente! "Adorar" sempre me pareceu menor. Isto das palavras é lixado! No meio da ternura, felizmente impera a serenidade e a confiança: AMAdoramo-nos! [Deve ser isto a eternidade.] ;)
(imagem retirada da internet)

sábado, 16 de agosto de 2008

Momento de Ternura


Já cá estamos as três. Agora é mesmo para curtir e divertir! Matar saudades e conversar de tudo e mais alguma coisa. Rir até ter vontade de fazer xixi. Dormirmos esmagadas umas contra as outras. Estilo sandwich! Ler até os olhos fecharem. Voar nas asas da imaginação, essa que nos leva ao mundo das fadas, das princesas, dos sonhos. Onde passamos as noites em festas e os dias a viajar pelo mundo, acompanhadas dos nossos príncipes-artistas de hollywood. Vestidos de baile, lábios pintados, sapatos de salto e olhos cor-de-rosa. Praia. Sol. Piscina. Os amigos à volta e a vida a seguir o seu ritmo, maravilhosa. À noite, depois de um gelado no centro, conversas no escuro e, quando os olhos se fecham, entramos no mundo dos sonhos, lembras-te? [Sim, lembro-me, meu amor. O que mais gostaste nessa história que te fiz?] Adorei as caixinhas cor-de-rosa, dos sonhos. [Eu também, princesa, mas o melhor de tudo era a caixinha azul dos segredos. Aqueles que partilhamos e nunca contamos a ninguém. Olha, lembrei-me de uma coisa que não te digo há muito tempo. Adivinha!] Que tu gostas de mim? [Não.] Que tu me adoras? [Nopes. Que eu te amo daqui até à Lua e voltar, 20.000.000.000.000 de vezes!!!]
(imagem da internet)

14 de Agosto

Trago-te no pensamento há já algum tempo. Na verdade, tens estado sempre presente, mas acredito que quase não te mexas só para que eu viva cá em baixo com menos dor. Seja o que for, farias anos na 5ª feira e isso fez-me acordar o que existe de ti em mim. Possivelmente estaríamos aqui. Possivelmente teríamos comprado um bolo e teríamos comido juntos umas belas gambas. Muito barulho à volta de várias mesas feitas numa só. Cerveja, petiscos. E tu a equilibrares-te com a água. Tanto esforço sempre com a água, lembras-te? Mais a comida quase sem sal. E os meus descuidos a lixarem o esquema. [não. não vou escalpelizar remorsos.] Era só mesmo para te dizer que te trago no pensamento. Que me fazes falta. Que o nó não se desfaz da garganta. Que a voz ainda se me embarga quando falam de ti ou da Mãe. As piticas estão grandes. Os mais velhos imaginam a alegria se vocês aqui estivessem. Reconhecem semelhanças e lá desenrolam histórias de tempos idos. Olha, afinal enganei-me. Não te trago só no pensamento, nítido, como no último verão em que festejei nesta casa os meus anos, em que tirámos uma foto a três e, involuntariamente, a guardo como o último registo de alegria. Guardo-te no coração, na alma, no sangue. E é assim que sobrevivo a esta saudade. Um beijo doce. Fica bem. Eu também ficarei. Prometo. [promessa da pequenina que já é grande]. E, já agora, Parabéns! Beijo doce. Tua.
[Lixei a bateria do teu carro, mas já resolvi o assunto e comprei uma nova! Vês como já sou crescida?]

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Uma tarde com o Sr. Zé


OK. Não há volta a dar. Os eclipses devem mexer mesmo connosco e, no meu caso, como padeço do fenómeno da antecipação, toca-me mais cedo. Depois de uma noite mal dormida [que esse mal toca a todos, my friend, e também acordei com olheiras!], arrasto-me para fora da cama e ultimo os preparativos de mais uma viagem ao Sul. [Esse Sul que um dia merecerá um post, virtualmente falando.] Muito senhora da minha vidinha, começo a levar os bagulhos [traço muito vincado e a necessitar de reforma urgente!], e eis que, quando, ingenuamente, pretendia levar o carro até à porta, dou à chave e oiço um gemido. [Não. Não foi de prazer!] Como é meu apanágio, a primeira reacção foi negar o cenário que se impunha. Nova tentativa e mais um gemido. [ehehehe. isto dava outro post!] A realidade abateu-se, implacável. Nada de bateria. Sumira-se, durante a noite, sabe-se lá para onde e por que motivo. Respiro fundo. [Agora ando numa de respirar assim, antes de partir para a violência.] Regresso a casa, volto a subir com o dito bagulho, que era só o trolley e ligo ao mecânico, - que, por acaso, tinha andado a meter óleo na véspera e, se calhar, também meteu água -, a fim de confirmar o meu diagnóstico. Bingo! Do outro lado da linha: Então é mesmo a bateria. E mais nada. Nem um simples: precisa de ajuda?. Nadinha. Respirei duas vezes bem fundo. Desci. Nova tentativa. [sou um pedacito teimosa, coisa pouca.]. Olhei em volta e pensei que, talvez, precisasse de ajuda para carregar a dita com os cabos que eu tinha na bagageira. [tão prevenida...] Presenças na rua só uns trolhas. Algumas dúvidas. Um telefonema e digo que já não vou ter com eles, porque blábláblá e se podiam vir e ajudar-me, blábláblá. Subo. De repente, apeteceu-me partilhar esta agrura da vida. Mais uma chamada. [abençoados telemóveis]. E derramo-lhe em cima as minhas odisseias. Aquela alma presenteia-me com um Vou chamar o meu pai!. Nem resisti! Algum tempo depois oiço as buzinas de um casamento na rua. Não, afinal era só o Sr. Zé! Desci a correr, enquanto a cerimónia parecia continuar. Fomos até ao carro que ali permanecia como que sem alma. Quer dizer, Eu fui até ao carro, porque o Sr. Zé continuou no dele a descer a rua. E lá vou eu de cabos na mão atrás do seu carro!!! É aqui! É aqui! Ufa. Já diante do bichinho, e depois de alguns esforços a posicionarmos os carros, iniciam-se os episódios para colocar os cabos. Estes são pequenos. Vou buscar os meus. Afinal, não, pomos os teus! STOP! Vou colocar umas luvas, diz-me com ar solene. Desaparece-me e oiço-o a falar com alguém junto à bagageira. estico o pescoço e vislumbro uma mulher. Juro que pensei: Estou lixada! Agora apareceu-lhe uma conhecida, metem-se à conversa e nada da bateria! Resolvi marcar posição e aproximei-me numa de pressão psicológica. E eis quando o oiço: Chama-se S? Não se chama, pois não? Eu perguntei à S se queria luvas!. A boa da mulher lá se desculpou e afastou-se. O Sr. Zé olha-me com a expressão: Estes romanos são loucos! (sendo que nós somos os gauleses! Ele o Astérix, claro.) Cabo ali, cabo aqui. Não te esqueças: o vermelho é positivo, o preto negativo. Se fizeres ao contrário dás cabo disto tudo, ouviste? Ouvi, Sr. Zé! Mas nunca consigo decorar! [não insista. Sou mesmo uma caso perdido em muitas coisas...] Deixa lá, aprendes outras coisas, rematou generosamente. Dou à chave e o carro animou-se, tal como a minha alma! Estava eu numa de acelerar, quando surge mais uma personagem. Um mirone aproxima-se e deixa uma postinha de pescada: Está difícil, não é?, disse com aquele ar clínico dos cromos que não têm nada para fazer e surgem em cada canto, de mãos atrás das costas. O Sr. Zé lá respondeu qualquer coisa, só para não ser indelicado. Mas a criatura não estava ali em vão. Tinha uma missão. Isso não pega assim. Muita gente acha que pega, mas eu sei que não pega. Olhei para o Sr. Zé e presenteámo-lo com o silêncio, apesar de ter vontade de lhe gritar: Xôôôô! Toca a circular! Desempata-nos a loja!!! Pareceu-me ouvir uma rosnadela por parte do pai da minha amiga, mas não percebi. O que quer que tenha sido funcionou, pois o cromo deu à sola mais o seu ar clínico. Lá fomos dar uma volta para ver se a bateria recuperava. Acho que foi a 1ª vez que o levei a passear... não que estivesse sereno, pois não largava a porta... Já de volta disse-me: Encosta e desliga. Não é melhor ser mais perto do seu? Não. Encosta. Obedeci, claro. Estava diante de uma autoridade na matéria. Agora liga. Era o ligas! Nada desta vez. É que nem o gemido! Lá fomos com o carro a obedecer ao declive e ... clic, dou à chave e ,desta vez, ainda deu. Impôs-se a decisão: preciso de bateria nova! Depois de um leque de ofertas que o Sr. Zé sacou do bolso, cuidadosamente escritas num bloquinho de contactos, a opção foi tomada e lá o segui até ao mecânico-vendedor-de-baterias-electricista. Felizmente tinha o modelo, mas ainda tive de optar por um conjunto. Como sou abastada,trouxe a de marca e voltei feliz, não sei antes largar umas dezenas de euros e trazer o meu brinde. Regressámos ao ponto de partida e despedimo-nos. "Muito, muito obrigada, Sr. Zé!" "Nada filhinha. Estive ocupado, não vês?! Faz boa viagem e tem umas boas férias!""Obrigada!" [Coitado do Sr. Zé, de mim não se livra mais. Gravei o seu n.º no meu telemóvel!]

[Por razões óbvias foram omitidos alguns termos vulgarmente utilizados em situações desta natureza. É de todo o interesse proteger os nossos colaboradores.]

domingo, 10 de agosto de 2008

Bibibi

Pronto, my friend! Este é para ti. Tenho a certeza que te falei deste espaço, mas, se calhar, é melhor acrescentar um quase. Por causa da idade, 'tás a ver? É que a minha memória começou a criar umas rugazitas... [muito suaves, note-se! Praticamente só eu me apercebo... Como quando tenho de ir às Finanças mas dou por mim no Centro de Saúde! E não, não são ao lado um do outro...] Bem, lamúrias à parte, fazes-me falta. Fizeste ontem e fazes-me todos os dias... As conversas, as borgas, mas, olha, também os silêncios. Aqueles em que nos instalamos depois de breves reflexões acerca de tudo e mais alguma coisa. Tão bom esses silêncios, mesmo quando guardam lágrimas, sonhos, angústias. E, pelo meio, um gole e o fumo a subir, como desejos que aspiram à realidade. À noite, no teu terraço, sob o céu da Invicta ou diante do Tejo [não vou incluir as Bombas, 'tá bem?!], crescem conversas e trocas de coração. Partilhas. Descargas. Emoções à flor da pele... E, depois, para além do passado partilhado e do presente, - que quase nos impede de parar -, existem aspirações e sonhos. Os projectos... para quando colocá-los de pé?

sábado, 9 de agosto de 2008

O Segredo do meu Cuscuz

Já as tenho. Mãos na minha. Os corpos a pedirem um abraço que não cesse. Novidades. Brincadeiras. Esfregam-me os braços, a cara, o cabelo. Ganas! Liberto as mãos que lhes percorrem a pele, entre perguntas e beijos. Ficas aqui a tarde? Não posso, mas encontramo-nos mais logo, ao jantar! Eleva-se uma voz: Não te esqueças da minha vela! Não. Não me esqueço. Nem da cara da senhora quando lhe pedi três velas: 377! Corro para fazer tudo. E se estava cansada. Quase adormeço em frente à Jaqueline e a toda a gente. [por favor, não me perguntem quem é a dita!] Nem as revistas ajudaram, na verdade exerceram o seu efeito sedante... Levanto-me e corro até casa. "Arrasto-me" é talvez a expressão mais correcta. Dois dedos de conversa e aninho-me na cama. Meia hora depois já estava a pé, a tomar um duche e a arranjar-me para um jantar que, afinal, era para ser amanhã, não fosse o meu! Coitadinha da minha amiga que é uma "senhora muito velhinha"! [Pensas que não sei que tu não querias era gastar dinheiro e ir comer a casa? A mim nunca me enganaste! Ainda nos rimos um bocado... se não te ligasse, irias jantar sozinha por mim? Eheheh!!! Tira férias, miúda!] Lá se comeu. E bem! Também se bebeu, claro. Um nadinha... Risos e gargalhadas com fartura!!! Horas depois, nós outra vez. Mais fotos. Mais novidades. É tão difícil esvaziar as saudades. E pronto! Já tinha de lá dormir! Calma. Temos tempo. Então fazemos uma Festa do Pijama! Ok! [confesso que a ideia me suscitou entusiasmo...] Lista dos comes e bebes. Lista das músicas. Lista dos jogos. [tão querida! Foi buscar o livro!!! O meu.] O que vestimos? Mau! Não era uma Festa do Pijama?! Não será adequado, por acaso, levarmos o dito já vestido? Ah, sim, esqueci-me! E o sorriso a rasgar-se!!!! Fico a olhá-la e dou comigo a tocar a eternidade. Observo a lista. Preocupa-me que tenhamos de comer tanta coisa... Aliás, preocupa-me que possa vir a comer tanta coisa! Finalmente lá seguem para a cama. Onde irão buscar energia para estar acordadas mais de 24 horas? Uma incógnita. E com esta vou dormir, pois ficou a promessa de ligarem ao acordar...

Conversações a 4 de Agosto

Pronto. teve mesmo que ser. Por mais que adiasse e me limitasse a pensar, não dá. Nem sempre é possível. Tenho esta necessidade. Preciso mesmo de um papel, um teclado, o que for... mas deixem-me registar. [Se calhar é um secreto desejo de eternidade, diria um qualquer ilustre mestre da psicanálise. Seja.]
A cabeça tenho-a a mil! [what's new?! vontade de estar onde não estou. Variações, desta vez minhas...]
[que bom! um raio de sol atravessa a janela e ilumina o papel, neste final de tarde em direcção ao sul, como faço há tanto tempo!]
Busco soluções. Monto e desmonto cenários em busca de uma chave que ponha termo aos meus problemas. Escusado será dizer que não sou bem sucedida nesta árdua tarefa. Primeiro, porque não são problemas de resolução imediata. Depois, porque, - [é bom que me lembre disto de vez em quando!] -, nem tudo está na minha mão! [já tínhamos chegado a essa conclusão, S.M.!]. Coitado, nem ao pequeno anjo, que me sopra ao ouvido "relax. sossega. desliga!", eu tenho dado ouvidos, tão mergulhada estou nesta agitação. O.K. Vamos lá parar, menina! Os dois últimos anos foram dose! E que dose. E, possivelmente, até ao fim deste não será fácil! Aguenta-te e enfia na cabeça, de uma vez por todas, que tens de relaxar. [certo, há contas para pagar... é preciso assegurar compromissos...], mas vive um dia de cada vez. Afinal, já o fizeste em ocasiões bem mais difíceis!!! Close your eyes. [o sol insiste.] Este ano é assim. Respira. Para o ano farás a viagem. Aquela!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Celebração de vida

Mais um! Bolo, vozes, beijos e abraços. O Sul e, nele, uma família que é minha. Crianças, risos, brincadeiras. O Sul... onde tenho um lugar e onde cabe sempre mais alguém. Percorro os olhares. Num canto, observam-me rostos que nada precisam dizer para saber o que lhes vai na alma. Enche-se-me o coração. Respiro fundo. Diante de mim, a presença de um mano maravilhoso que, no seu silêncio, renova os nossos laços. Um olhar. Um gesto. E tudo lá dentro. De repente, vocês. E sinto sobre a minha cabeça o vosso olhar. A alma aquece. Respiro fundo outra vez. Apetece-me esticar a mão. Obrigada por esta suave presença. Quase vos vejo. Só pode ser assim. Um quase em ver. E no rosto dos outros, onde as semelhanças se apuram com o passar dos anos. - dizem-me que estou cada vez mais parecida Contigo, e agora precisava mais de continuar antes parecida conTigo... -. E também neste pátio, onde gozámos tantas vezes o verão e o sol. Amanhã virá o resto de mim e seremos mais. Seremos os cinco. "Porque seremos sempre cinco enquanto um de nós existir." Pela vida, obrigada. Por nós, mil vezes obrigada.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Pssssiu! Sim, é para ti.

Não. Não fico chateada. Queria mesmo recordar-te que ando por aqui. Às vezes, é certo, meio distraída, mas acredita que te guardo dentro. Não sintas remorsos de ausências vividas sem querer. Abrir as comportas a sós também faz parte da vida, e todos passamos por isso. De qualquer modo, queria só lembrar-te que, com ou sem álcool, a abrir o meu carro ou outro qualquer, continuarei a ser eu. Euzinha. Com todas as minhas nóias e prometo ultrapassá-las, para assim te deixar os senhores dos carros bons!!! Eheheh! Fiquei espantada com uma coisa: dizes que te levantei com "Há preta e verde!", e, na verdade, depois de te sentir em equilíbrio numa corda, pesou-me a consciência com a minha futilidade!!!! Tão diferentes as formas como às vezes sentimos as coisas. Mas, aceito que te ajudei a limpar o sal. Venham daí mais futilidades!!! Que se lixem os preconceitos e, com eles, - já agora -, os princípios!!! ;) Um brinde àquele dia que não consigo marcar no calendário. Na verdade, nem sei se foi no Centro ou na rua. Só sei que, na época da Carbeta, já o éramos há muito. Lá e no Mini-Grula! - Oh! God!!!. Canções até às tantas. Mímicas. Conversas profundas sobre tudo, porque não somos muito de permanecer indiferentes. Análises. Opiniões. Entusiasmos. O exibir da nossa inatingibilidade! Tudo. (claro! ultrapassados os cheiros, pouco resta...)

Sweet friend


Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
(Ricardo Reis)




Isto é apenas uma pequena parcela do que te desejo. Na verdade, tenho imensas coisas para te dizer, mas temos tempo. Quero acima de tudo que confies em ti. Que continues a olhar à tua volta e a admirar a beleza de cada coisa, de cada pessoa e de cada momento. Não deixes nunca de pensar e sonhar. Aos teus medos, recebe-os, escuta-os e, depois, pede-lhes que sigam caminho. Aprende o que te for ensinado. Absorve esta aventura. Eu estarei aqui para te escrever, ouvir e falar-te. Vê se instalas o Skype!!!! Um xi-coração enorme, com toda a ternura da Nóni.


segunda-feira, 28 de julho de 2008

Ah! Que maravilha!

Olha, e não é que curti a cena do baile?! Setecentista ou oitocentista, tanto faz. O importante mesmo é desfilar com vestidos de sonho, a exibir os longos cabelos, cuidadosamente penteados. Quando disser isto à minha pequenina grande vai estremecer de felicidade, sobretudo com os convidados! A única questão é que está para casar e já tinha definido o vestido ideal. Estou a imaginar os seus olhos a brilhar! Certamente não se importará de adiar a boda. Afinal é por uma boa causa! Nós é que teremos de recorrer a alguns artifícios: venham daí a base e o pó compacto! Ao fim e ao cabo estaremos a concorrer com três beldades e nós, se um dia fomos inatingíveis, hoje somo-lo por razões diferentes. Não interessa... assim como assim os presentes estão mais próximos da nossa faixa etária.... Diz-me, agora, como convenço a pequenina mais terra-a-terra a embarcar nesta fantasia? Eu bem posso falar-lhe no Palácio de Queluz, ou no da Pena, - se bem que Óbidos não me parece nada mal -, mas já estou a imaginá-la a esboçar um sorriso caridoso, fazer-me umas ganas e dizer "Era giro, era. Agora vamos para o Algarve?". E iremos, enquanto eu fico a preencher os detalhes desse baile magnífico e repito, como o teu pequeno ser, "Ah! Que maravilha!"

domingo, 27 de julho de 2008

Reflexões com pano de pó (já não avulsas)

Nestes dias em que me impus as limpezas de verão e até dei um toque de bricolage, - há coisas do caraças (!)-, dou por mim a arrumar-me também por dentro. Opções a tomar. Perspectivas a descobrir. Levantar os ânimos. É tempo de esvaziar-me de alguns sentimentos e reciclar emoções. Tempo de limpar o areal. Tempo de me preparar, acaso as mudanças regressem. Não costumo apreciá-las, mas elas adoram-me. Nem sempre são más, mas convenhamos que as últimas, e mais profundas, não deixaram boas recordações. Por isso, desta vez, quero fazer de conta que estou preparada, ainda que saiba que vou ficar ansiosa, ter medo, achar que é o fim do mundo, chorar, levantar-me e por aí fora. Neste momento, sinto-me assim. Bem, andava eu em limpezas e arrumações, e não pude deixar de me pôr a pensar, - este vício é diabólico -, e toca de visualizar os últimos tempos numa enorme tela branca, que o meu cérebro guarda não sei como. Felizmente, surgiram-me cenas fixes. Os miúdos, todos eles. A 1ª turma! Éramos tão jovens!!! E todos os outros. Que sorte tenho tido. As aulas e as visitas de estudo. Acho que fico sempre mais excitada que eles nestas visitas. As gargalhadas com colegas e outra vez entre alunos. Que sabor a recordação de cada uma das horas a ensinar e a aprender! E, claro, não podia deixar de ser, os amigos. Primeiro, meros colegas de profissão. Depois, malta simpática, com quem se criam empatias. Todos tão diferentes quão importantes. Vejo o rosto de cada um. Hoje são gente que trago comigo, me faz sorrir e me renova a certeza que tive na primeira vez que pousei em terra estranha: o melhor de tudo é conhecer pessoas. E que bom que é quando elas valem mesmo a pena. Cresce o meu álbum e nele entra mais um bébé.

Reflexões avulsas com pano de pó



Entre arrumações, pó (nada de segundas interpretações!) e bricolage, - sim! eu. bricolage! E com sucesso! -, faço algumas paragens e voo até aqui. Actualizo, apago e-mails, revejo fotos. E aqui caiu o meu olhar! Espero que não te importes, mas tinha de a colocar. Acho o máximo esta foto, sobretudo pelo contexto que me impede de parar de rir só de me lembrar!!! Eheheh! Quase tão boa esta foto como os laços que nos unem, nascidos num feliz dia quando só tinhas 3 meses e o teu sorriso já imperava! Que saborosa é a verdade de que os amigos são a família que nos é permitido escolher! (Acho que isto já são saudades.)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Maratona Fotográfica



Não se avalia a velocidade, mas o ponteiro dos Kms disparava! E claro... o papparazi de serviço!! Eheheh! O teu riso ecoa no carro. Olha que ainda perdes a máquina e precisas dela em terras de Vera Cruz! Vais ter tanto para explorar! E ávida como tu és, já te imagino de olhos bem abertos, pensamentos a mil, a querer reter tudo. Nem quero imaginar se te perguntarem uma mera informação... Pronto! És daqui? Que giro! Eu não, mas estou cá!!! E está mais um "conect" feito! E depois, páginas e páginas a contarem-me as novidades! Diverte-te muito e não te esqueças de continuar a sorrir e questionar!

terça-feira, 22 de julho de 2008

A duas vozes


"No meu passeio de duas horas sobre a falésia de mármore procuro não pensar em nada, o que, infelizmente, significa que vou constantemente a combater pensamentos de vária espécie, em particular os da pior espécie, o que me cansa e irrita." "Aproveitar para limpar as armas, antes que a guerra recomece. ...meses de trégua e depois novamente o combate. Mais feroz que nunca... A realidade [até pode ser] pavorosa, [mas é preciso] ter a coragem. Ir buscar forças onde não as tenho. Impedir que o terror das horas futuras me paralise. Adivinhar sentido onde menos se encontra. Substituir o medo pelo que quer que seja. Ou menos que isso: o simples exercício na ocupação do tempo, a indispensável disciplina. [...] A ansiedade é uma corda à volta da garganta. Impede-me os movimentos, prende-me os pensamentos...", e eu não me entrego a este tipo de prisões. É tempo de descansar e reunir forças. Amanhã estarei de pé para receber decisões superiores, não pequeninas que emanam de bichos como tu. Vai-te. Larga-nos os pés, ó verme.

(P. Paixão também contribuiu)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

despertar

ver. encher os olhos e eis que, de repente, a sede desperta. sorrio por dentro. ansiosos, - claro! -, os olhos percorrem cada pormenor à minha volta. rostos. luzes. gestos. casas. janelas. e a acompanhar tudo isto, as vozes. frases atiradas, palavras aparentemente soltas, enquadradas numa conversa qualquer. e os olhos, sempre os olhos, a encherem-me a alma. sinto-me outra vez um viajante curioso. actor da minha própria história. quem sabe até autor. não sei onde me leva este chão. sei apenas que percorro este caminho e, ávida, procuro absorver o que os sentidos me oferecem. ah, doce sede que despertas! como te deixei assim tão adormecida? em que momento me deixei iludir? onde estará a máquina? como guardar os cheiros? e os sons? e, muito mais difícil, como fixar o movimento, a cena, as sensações inerentes? pensamentos atropelam-se na minha cabeça. olho isto e aquilo na vã ilusão de tudo reter. não importa. vi. cheirei. escutei. provei. senti. sou de novo um viajante acordado! isto já ninguém me tira. nem ao sorriso que trago dentro.

domingo, 13 de julho de 2008

Mãos



Apetecia-me estar ainda assim, de mãos dadas contigo. Segura-me. Não vás já. Fazes-me falta. Tu sabes. Ficaram palavras por dizer. Ainda não te olhei todas as vezes possíveis. Ainda não me ensinaste tudo. Vá lá. Faz-me esse favor. Pede lá a esse Deus. Preciso mesmo que repitas tudo o que não quis ouvir ou não dei importância...
Vá. Dá-me a tua mão. Segura-me. Não me largues. Nunca.
Beijo Doce

Coldplay - Violet Hill

quinta-feira, 10 de julho de 2008

ser menina

Albino Moura

terça-feira, 8 de julho de 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Foi difícil .... mas bom ;)

O Segredo de um Cuscuz


Fui ver. É esse o sabor... que a vida não pára. Empurra-nos para a frente. Sempre. Quando paramos, a recuperar forças, lá podemos olhar um pouquinho para trás, para o que fomos, para o que vivemos. E depois, novamente para a frente... E neste percurso, apenas duas certezas: que a família e os amigos nos enchem e que a vida é uma frágil linha na qual nos equilibramos. Este é o meu cuscuz.

As pessoas que nos rodeiam. A vida e cada um dos seus momentos. Lutas e dissabores. Prazeres e conquistas. Desespero. Tempos de paragem. O fim de tudo e, depois, o recomeço. Uma luz ao fundo. E, a cada passo, aqueles com quem partilhamos a vida. O essencial. Simplesmente luminoso.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

transparências II


nós na garganta que não se desfazem nem libertam o sal. sacudo-me mas não sais. dentro de mim, num espaço muito antigo, perto do estômago, sinto o frio. não consigo tocar-lhe, por mais que tente. mas no meio de tanta persistência, lá se escapa uma gota. e prossigo. um bocadinho mais aliviada até que a alma se esvazie de novo e solte mais outra.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

sábado, 28 de junho de 2008

transparências

Ando. Recuo. Avanço. Por vezes, sem sentido e sem nada ver à minha frente. Não sei quase nada. Caio e levanto-me, vezes sem conta, num mecânico instinto de sobrevivência. Canso-me e, no meio deste cansaço, surge-me o teu rosto, agora sereno. E o teu, também. Ambos sem sombras de qualquer tormenta. Tento descortinar qualquer coisa nesses olhares demasiado etéreos. Posso inventar mil palavras. De qualquer modo, já não questiono muito. Cansei-me das perguntas sem resposta. Mas dentro de mim, sabemos que ainda estoira aquele grito mudo. E até o frio daqueles domingos desperta, por vezes. Hoje estou assim, vazia de esperança. E fico de cabeça erguida e olhos presos nos vossos, agora distantes. ou talvez não.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Sweet babies


E fico assim, esquecida do tempo, quando vos oiço e vos vejo. Rimos. Por nada. E por tudo. Reparo em cada madeixa de cabelo desalinhado. Descubro as diferenças e cada sinal de mais um dia do vosso crescimento nessa maravilhosa fase que é a infância. Peço-te que cantes e oiço-te, inebriada. Os minutos voam. E depois, dirijo-me a ti e iniciamos mais uma viagem na imaginação: viagens de fim-de-semana, locais paradisíacos e depois as eternas declarações de amor. "I love you more and more and again and again." And I love you more and miss you very very much, digo eu. Ok. Amamo-nos e isso nos basta. O relógio continua. Só vos vejo a testa, adoro-a, mas levantem a cabeça que quero ver-vos o rosto!Mais novidades. Pergunto. Respondem-me e, nesse entretanto, tomam banho e jantam. Ora uma, ora outra, mas tenho-vos sempre diante de mim. Fazemos planos para as férias: praia, piscina, dinossáurios, e mais isto e mais aquilo. Prometo-vos as cócegas. Risos. Os minutos. Falamos há mais de uma hora. Não janto. Fico sempre assim convosco... esquecida do tempo, frágil mas a explodir de cor!