Sinto tanto a tua falta.
terça-feira, 13 de outubro de 2015
domingo, 9 de agosto de 2015
O telefone tocou cedo demais. Passava pouco das duas da madrugada quando vi o nome do teu amor no visor do meu telemóvel. Do outro lado, não ouvi a sua voz. Não repito as palavras da voz que me falou, porque não sou capaz. Sei apenas que desliguei para de novo atender e voltar a ouvir as mesmas palavras que não consigo repetir.
Fizemos tudo o que os amigos fazem. Conversámos horas a fio sobre tudo o que nos moldou. Rimos intensamente apenas porque tivemos vontade. Com a mesma intensidade, deixámos o sal escorrer pelo rosto e, em abraços de esperança, secámos as lágrimas para cada recomeço. Cantámos à tua janela, com uma vassoura a fazer de microfone, numa quaquer noite em que o meu regresso a Lisboa tinha paragem obrigatória junto a ti. Dissemos o quanto éramos importantes na vida uma da outra. Ouvi de ti sempre a verdade, a que me soube bem e a que me fez crescer. Partilhámos segredos, olhares, fragilidades, às vezes apenas o silêncio. Sei que fizemos tudo o que os amigos fazem. Acredito nisto com uma certeza inabalável. E, com a mesma força, sinto que muito gostaria ainda poder construir contigo.
Fizemos tudo o que os amigos fazem. Conversámos horas a fio sobre tudo o que nos moldou. Rimos intensamente apenas porque tivemos vontade. Com a mesma intensidade, deixámos o sal escorrer pelo rosto e, em abraços de esperança, secámos as lágrimas para cada recomeço. Cantámos à tua janela, com uma vassoura a fazer de microfone, numa quaquer noite em que o meu regresso a Lisboa tinha paragem obrigatória junto a ti. Dissemos o quanto éramos importantes na vida uma da outra. Ouvi de ti sempre a verdade, a que me soube bem e a que me fez crescer. Partilhámos segredos, olhares, fragilidades, às vezes apenas o silêncio. Sei que fizemos tudo o que os amigos fazem. Acredito nisto com uma certeza inabalável. E, com a mesma força, sinto que muito gostaria ainda poder construir contigo.
sexta-feira, 24 de julho de 2015
E as palavras continuam em colisão. E voltou a nascer um grito que não se solta. E eu procuro o aparo para reescrever e não o encontro. E cresce a dor e o sal e eu não sei como arrumar tudo outra vez.
sexta-feira, 10 de julho de 2015
terça-feira, 19 de maio de 2015
mãe
a verdade é que os anos passam mas há momentos em que qualquer energia me atira para ti. um retrato, uma música, um simples prato. o silêncio. e não consigo impedir que o sal volte aos olhos e que o estômago arrefeça. e parece até que sinto o frio cortante daquele dia em que te arrancaram de mim. o dia em que fiquei mais perdida. o dia em que me senti na mais profunda solidão. o dia em que nenhuma palavra me aqueceu. o dia em que deixei de te ouvir. o dia em que qualquer coisa cá dentro se apagou, se partiu. o dia em que me senti rasgar. o dia em que mais precisei de ti, o dia em que quis gritar e não consegui. o dia em que o meu corpo se dobrou. uma dor ao centro. o teu colo perdido para sempre. o teu cheiro. a tua voz. os dias que ainda tínhamos para inventar. o tecto branco do meu quarto. e só me apetecia pedir desculpa porque parecia um castigo qualquer de tão grande que era a dor. e nesse dia, tu sabes, meu amor, que morri também um bocado. nesse dia, não mais podia dizer a palavra mãe. e eu precisava tanto e quis tanto repeti-la desde aí. o dia em que fiquei sem saber o que fiz de errado. o coração em sangue. onde é que estás que me fazes tanta falta, mãe?
(2013)
(2013)
Hoje decidi vir aqui. Muito de vez em quando o faço. Espreito. Leio. Releio. Quase sempre recordo as razões que desenharam as palavras. Depois de tanto tempo, percebo que a vida mudou. Muito. Ultrapassei obstáculos gigantes, às vezes com saltos enormes, outras vezes, contornando-os. Sempre com esforço. Frequentemente com lágrimas. Brindei a alegria, a vida, as pessoas. Hoje, decidi vir aqui. E gostei desta sensação.
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