sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ironia Estúpida


Vinha no caminho, quando, de repente, entras no carro. Não sei bem onde ou se te sentaste. A ansiedade não me deixou esperar. Fiquei fixada nos teus olhos. Entardecia. E cá dentro também. [Entardecer. Esta palavra dói-me.] Pisca. Mudar de faixa. É mais seguro. Não vejo nada. [E, lá fora, nem chove.] Só mesmo o teu rosto. E então, tive vontade de não contornar a rotunda toda. Apeteceu-me seguir em frente e entrar no edifício rosa. Esse, que tanto odiei. Atravessar a multidão barulhenta, que me irritava. Subir as escadas frias e ir ter contigo. Dizer o teu nome. [Há tanto tempo que não o digo. É só um nome. Mas faz-me falta dizer o Teu nome.] Só para te ver. Só para saber que Continuas. Só para te beijar. Só para Estarmos. E fazer aquela pergunta-pedido, idiota e desesperada: Hoje estás um bocadinho melhor? Egoísmo puro. Eu sei.

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