domingo, 12 de outubro de 2008

transparências V



Mesmo que não conheça o degrau da frente. mesmo que não o veja. continuarei. mesmo que, de repente, se apaguem as luzes. continuarei. sei que, por mais escuro que faça à minha volta, bastar-me-á procurar bem para encontrar algumas chamas acesas, persistentes. ainda que não saiba onde tudo termina. ainda que desconheça desfechos e fins de estrada. continuarei. mesmo que me faltem as forças outra vez. mesmo que sinta um sede queimar-me a garganta. continuarei. ainda que se multipliquem os cruzamentos. ainda que a Vida me empurre para direcções não sonhadas. continuarei. e quando já não houver mais nada onde buscar forças, e o nevoeiro se adensar... continuarei... e repousarei o olhar na tua chama.

3 comentários:

Anónimo disse...

Quando tudo ameaça ruir, quando o breu enfim apaga as estrelas e a existência parece arrastar-se à deriva, suspensa sobre nós, existe um instinto que mantém o guerreiro à tona e o devolve ao caminho, que é sempre adiante. Um caminho chamado vida, um instinto chamado esperança, um guerreiro que bem podia ter o teu nome.
Perpassada pelo vendaval, eis-te de novo, de volta ao caminho, retemperada de uma força em que sempre acreditei quando olhava para ti e não te sentia certa dela.
Que bom foi ler este bocadinho de ti, sweet sweet friend!

Anónimo disse...

Mais do que não saber como será o degrau seguinte, às vezes dou por mim a pensar que não sei em que degrau me encontro. Depois, mais calma, penso no caminho percorrido, na grande companheira de "guerra" que tive a felicidade de encontrar e em tudo o que de maravilhoso a vida tem...
Que os ventos não te afastem fisicamente por muito tempo. Fazes-me falta!
Também continuarei!!

fr disse...

E o que nos resta no final do dia senão levantar os olhos e acreditar?
Um beijo daqueles cheios