terça-feira, 14 de outubro de 2008

vontade de as trazer comigo


OK! Hoje é outro dia. já não me apetece mais andar para aqui a gritar que continuo e isto e aquilo. apetece-me antes questionar. até quando? para quê? até onde? porquê? como? percorrem-se as horas, dia após dia. sons. ruídos. vozes que nos acordam do desânimo... abençoadas. e depois, a coroar a tarde, - tensa, à conta de figurinhas arrogantes que prometem voltar! -, eis que surgem dois pares de olhos, quase iguais, lindos, lindos, num verde corajoso e persistente. inevitável sorrir-lhes. sentamo-nos e a conversa tem início. lembro-me de ter pensado: parecem irmãs... e no meio das palavras protocolares, começa a troca, a partilha. eis que surge, então, sem que alguém quisesse, o medo de quem se meteu à aventura. as palavras não revelam muito. mais uma vez são os olhos que brilham demais. um brilho húmido. e a disfarçar, o sorriso. simplesmente luminoso. sem desabarem, apressam-se a ocupar os silêncios. esforcei-me por fazer o mesmo. e depois mais palavras. confidências jovens de quem é forte, mas também tem medo. e a mãe a tentar suavizar... e depois mais palavras e, com elas, vou tentando formar o puzzle: novo país, um trabalho, uma vida diferente (esperemos que bem melhor). a esperança. uma família separada. e, para já, outra mudança: uma nova casa! [que estúpida sou, às vezes!] um quarto. um quarto para as duas, noutra casa, com mais pessoas. fiquei muda. e depois vejo-lhe o dedo. inchado e dorido. explicou-me. fiz o meu papel. [devias ir ao hospital] sim, sim, responde-me, mais para me tranquilizar... e a mãe a perguntar como se faz. se basta lá ir com o cartão de utente. se é atendida. se... se...se...

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