quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

festas no coração

Um fim-de-semana cheio de gente que é minha, gente que me conhece até do avesso e gente que sabe de onde vim, gente a quem quero muito bem e outros a quem amo mais ainda. Rir. Conversar. Olhar em volta. Recordar as brincadeiras partilhadas e as asneiras guardadas em segredos que ainda duram. Desmancharmo-nos a rir quando a música da adolescência, vivida intensamente, se fez ouvir e nos surpreendemos a trautear. Gente que nos dá identidade. Socorrer o miúdo que caiu e desesperar com o resto que não pára quieto um segundo, enquanto os outros continuam a olhar-nos como se ainda fôssemos os moços pequenos. Descobrir água nesses olhos e ficar com eles também brilhantes, quando alguém que não via há anos me veio dizer que sabe quem sou, porque sou a Tua cara. Sentir o chão fugir-me dos pés quando eles os dois se lembraram de correr para a foto dos oito, que já são bem mais, e evocaram os Avós que começaram tudo isto... E eu a ver-te no meio deles. E depois o dia seguinte, com a festa grande da mais pequenina. E outra vez as pessoas e o riso, as lamentações dos pés doridos e dos músculos de quem dançou para lá do que o corpo permitia, e a mesa posta, e beijinhos, e mais pratos e mais doces e mais, e mais e mais. Tudo a quebrar-me generosamente a rotina e a renovar os dias. Claro que o estômago não resiste a tantos excessos, mas mesmo assim, e apesar do dia de molho, da sombra que sinto cá dentro quando vos vejo ansiosas a querer esticar os minutos, da vossa autoridade em escolher o meu lugar à mesa, entre as duas, do trabalho que ficou por fazer, soube-me ao céu o fim-de-semana.

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