segunda-feira, 23 de junho de 2008

Há palavras

Há palavras que nos beijam
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.


Alexandre O'Neill

Também partilhei esse momento que me atirou lá para trás e, - mistério isto da emoção -, também me empurrava para a frente. e no meio de tantos solavancos, a música, eterna e ritmada, como se nunca tivesse partido. e nunca chegasse tão vazia. os olhos fechados. a saudade, sempre intensa, doce e, às vezes, cruel, das horas felizes que não o sabiam. o coração a explodir, mas sempre a impedir os olhos de o dizer.

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