sábado, 28 de junho de 2008

transparências

Ando. Recuo. Avanço. Por vezes, sem sentido e sem nada ver à minha frente. Não sei quase nada. Caio e levanto-me, vezes sem conta, num mecânico instinto de sobrevivência. Canso-me e, no meio deste cansaço, surge-me o teu rosto, agora sereno. E o teu, também. Ambos sem sombras de qualquer tormenta. Tento descortinar qualquer coisa nesses olhares demasiado etéreos. Posso inventar mil palavras. De qualquer modo, já não questiono muito. Cansei-me das perguntas sem resposta. Mas dentro de mim, sabemos que ainda estoira aquele grito mudo. E até o frio daqueles domingos desperta, por vezes. Hoje estou assim, vazia de esperança. E fico de cabeça erguida e olhos presos nos vossos, agora distantes. ou talvez não.

1 comentário:

Anónimo disse...

Há dias em que estamos tão vazios...cá dentro não há nada. Fora. Nada enche. Não há atómo pequeno que seja. Depois é a explosão e forma-se um novo planeta onde se pode respirar.
Tou por aqui.
Beijos