sexta-feira, 22 de maio de 2009

das marés


podia ficar aqui horas a fio a descolar as algas que se me fixaram à pele. podíamos tecer considerações sobre as coisas e as razões das coisas. e eu poderia, inclusivé, (re)erguer as questões para as quais nunca tive respostas definitivas. questões que surgem, periodicamente. questões que parecem calar-se durante um tempo. aparentemente satisfeitas com uma resposta alinhavada numa realidade ténue. questões que se levantam, poderosas, e sacodem a areia que se alisou. podia divagar contigo sobre estas marés. deixar-me levar pela tua confiança e serenidade. aceitar as tuas respostas e amanhecer mais límpida. mas não estás aqui. por isso, arrasto-me neste mar de contradições, nestes ventos e marés que me deixam à deriva até ao momento em que amanheço num outra praia.

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