quarta-feira, 16 de julho de 2008

despertar

ver. encher os olhos e eis que, de repente, a sede desperta. sorrio por dentro. ansiosos, - claro! -, os olhos percorrem cada pormenor à minha volta. rostos. luzes. gestos. casas. janelas. e a acompanhar tudo isto, as vozes. frases atiradas, palavras aparentemente soltas, enquadradas numa conversa qualquer. e os olhos, sempre os olhos, a encherem-me a alma. sinto-me outra vez um viajante curioso. actor da minha própria história. quem sabe até autor. não sei onde me leva este chão. sei apenas que percorro este caminho e, ávida, procuro absorver o que os sentidos me oferecem. ah, doce sede que despertas! como te deixei assim tão adormecida? em que momento me deixei iludir? onde estará a máquina? como guardar os cheiros? e os sons? e, muito mais difícil, como fixar o movimento, a cena, as sensações inerentes? pensamentos atropelam-se na minha cabeça. olho isto e aquilo na vã ilusão de tudo reter. não importa. vi. cheirei. escutei. provei. senti. sou de novo um viajante acordado! isto já ninguém me tira. nem ao sorriso que trago dentro.

1 comentário:

fr disse...

E que maravilhoso mundo para se viajar! Despertar e ter os amigos, amores d evida, que nos dizem "tens tão mau aspecto quando acordas!" e ter vontade de rir porque o dia começou solarengo.
Ainda bem que a viagem não te levou para o Linhó, dá-me mais jeito ver-te sem hora marcada. :)
Viaja lá com esse sorriso lindo que tens. M