terça-feira, 22 de julho de 2008

A duas vozes


"No meu passeio de duas horas sobre a falésia de mármore procuro não pensar em nada, o que, infelizmente, significa que vou constantemente a combater pensamentos de vária espécie, em particular os da pior espécie, o que me cansa e irrita." "Aproveitar para limpar as armas, antes que a guerra recomece. ...meses de trégua e depois novamente o combate. Mais feroz que nunca... A realidade [até pode ser] pavorosa, [mas é preciso] ter a coragem. Ir buscar forças onde não as tenho. Impedir que o terror das horas futuras me paralise. Adivinhar sentido onde menos se encontra. Substituir o medo pelo que quer que seja. Ou menos que isso: o simples exercício na ocupação do tempo, a indispensável disciplina. [...] A ansiedade é uma corda à volta da garganta. Impede-me os movimentos, prende-me os pensamentos...", e eu não me entrego a este tipo de prisões. É tempo de descansar e reunir forças. Amanhã estarei de pé para receber decisões superiores, não pequeninas que emanam de bichos como tu. Vai-te. Larga-nos os pés, ó verme.

(P. Paixão também contribuiu)

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