Na Floresta do Alheamento
Sei que despertei e que ainda durmo. O meu corpo antigo, moído de eu viver diz-me que é muito cedo ainda... Sinto-me febril de longe. Peso-me, não sei porquê... Num torpor lúcido, pesadamente incorpóreo, estagno, entre o sono e a vigília, num sonho que é uma sombra de sonhar. Minha atenção bóia entre dois mundos e vê cegamente a profundeza de um mar e a profundeza de um céu; e estas profundezas interpenetram-se, misturam-se, e eu não sei onde estou nem o que sonho.
Bernardo Soares, Livro do Desassossego.
2 comentários:
Pensar demais faz sempre insónias! Descansa, que bem precisas. Um bj
pois lá diz o ditado
penso demais logos desisto............
bons sonhos
N
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