Eu dizia:
"nenhuma brisa é triste",
e procurava água, lábios,
um corpo
onde a solidão fosse impossível.
Mas quem sabe dessa música cativa nos meus dedos?
E depois, como guardar um beijo,
mar doirado ou sombra
desolada?
(...)
Como quem se despe
para amar a madrugada nas areias,
eu dizia: "nenhuma brisa é triste,
triste", e procurava.
E procurava.
(Eugénio de Andrade, Ah, falemos da brisa.)
Amar-te-ia se viesses agora
ou inclinasses
o teu rosto sobre o meu tão puro
e tão perdido,
ó vida.
(E.A., Matéria Solar)
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