quarta-feira, 8 de abril de 2009

Vómito

Vagueia entre este mundo e o que não existe. Gasto de energias inúteis. Numa espiral de se´s e medos que sufocam os movimentos e preenchem o estômago. Não vai. Vai. Faz. Não faz. Quer. Não quer. Porque o mundo gira e corre o risco de apenas ficar a vê-lo girar. Ser não basta. É insuficiente. A entrega é incompleta. E a raiva vai-se instalando como se não houvesse mais nada. E o bolo cresce, a sufocar. O sentir de coisas absurdas. As cargas a pesarem. Um contínuo desejo mudo de se libertar da tralha que atravanca, ocupa e interfere. As vozes a atrapalharem o perfeito desenrolar da existência, com alarmes à mistura, sem pudores ou pruridos do que sente e não quer sentir.

2 comentários:

A disse...

Nunca ninguém disse que viver era fácil, mas sempre vai havendo uns momentos que nos enchem o coração e alma com coisas muito boas. Os amigos e as tuas fadinhas estão sempre contigo, miguita. Beijo godo. P.S. Hoje deu-me para o carinho e o retrocesso mental aconteceu :D

fr disse...

Viver todos os dias cansa, diz o Pedro Paixão. Digo eu também. E há dias em que só se quer acordar numa vida diferente. Para isso é que servem os vomitos. Para sairem as lavras que consomem e depois se poder andar mias um bocado, até ao proximo rolo no estomago que já não aguenta mais e se desfaz em vomito.
Por mim, estou aqui para te segurar a cabeça. Morangoska??