sábado, 16 de agosto de 2008

14 de Agosto

Trago-te no pensamento há já algum tempo. Na verdade, tens estado sempre presente, mas acredito que quase não te mexas só para que eu viva cá em baixo com menos dor. Seja o que for, farias anos na 5ª feira e isso fez-me acordar o que existe de ti em mim. Possivelmente estaríamos aqui. Possivelmente teríamos comprado um bolo e teríamos comido juntos umas belas gambas. Muito barulho à volta de várias mesas feitas numa só. Cerveja, petiscos. E tu a equilibrares-te com a água. Tanto esforço sempre com a água, lembras-te? Mais a comida quase sem sal. E os meus descuidos a lixarem o esquema. [não. não vou escalpelizar remorsos.] Era só mesmo para te dizer que te trago no pensamento. Que me fazes falta. Que o nó não se desfaz da garganta. Que a voz ainda se me embarga quando falam de ti ou da Mãe. As piticas estão grandes. Os mais velhos imaginam a alegria se vocês aqui estivessem. Reconhecem semelhanças e lá desenrolam histórias de tempos idos. Olha, afinal enganei-me. Não te trago só no pensamento, nítido, como no último verão em que festejei nesta casa os meus anos, em que tirámos uma foto a três e, involuntariamente, a guardo como o último registo de alegria. Guardo-te no coração, na alma, no sangue. E é assim que sobrevivo a esta saudade. Um beijo doce. Fica bem. Eu também ficarei. Prometo. [promessa da pequenina que já é grande]. E, já agora, Parabéns! Beijo doce. Tua.
[Lixei a bateria do teu carro, mas já resolvi o assunto e comprei uma nova! Vês como já sou crescida?]

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